A depreciação do câmbio em 7,8% contribuiu para que o resultado do Banco Central fosse positivo no primeiro semestre do ano passado (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 19h58.
Brasília - O diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, avalia que o resultado da autarquia no ano passado foi positivo, mas não deve ser atribuído exclusivamente à variação cambial.
"Foi bastante positivo devido, evidentemente, em alguma medida a operações em moedas estrangeiras", considerou. "Isso deu uma boa contribuição, sem dúvida, mas é uma composição de todas as coisas, não é só isso", declarou a jornalistas.
O BC divulgou no fim da tarde desta quinta-feira um lucro de R$ 24,615 bilhões em 2102, balanço que foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O ganho do Banco Central com operações de swap cambial foi de R$ 1,124 bilhão em 2012. Na primeira metade do ano, o resultado ficou positivo em R$ 809,627 milhões e, na segunda, em R$ 314,780 milhões.
Altamir informou que o BC teve um ganho de R$ 21,2 bilhões com o carregamento das reservas internacionais em 2012, considerando a correção cambial. O ganho foi de R$ 31,4 bilhões no primeiro semestre, o que compensou o custo de carregamento de R$ 10,2 bilhões no segundo semestre do ano passado.
Segundo ele, o resultado foi positivo nos primeiros seis meses de 2012 em função da depreciação cambial de 7,8%. Por outro lado, no segundo semestre, a depreciação foi de apenas 1,1%, o que explica o resultado negativo do período. "Esta é basicamente a diferença de rentabilidade de um semestre para o outro", disse Altamir. Em 2011, o BC havia registrado um ganho expressivo com o carregamento das reservas de R$ 23,471 bilhões.
Depósitos compulsórios
De acordo com do diretor do BC, a quantidade de depósitos compulsórios diminuiu em R$ 104,82 bilhões no ano passado na comparação com 2011. "Essa redução foi devida, em sua maior parte, à variação negativa de compulsório sobre depósito a prazo", citou. A diminuição foi de R$ 66,016 bilhões e decorreu, principalmente, segundo ele, do aumento das deduções para aquisição de veículos e motos.
Outra parcela significativa relacionada à diminuição dos R$ 104,82 bilhões de compulsório está ligada, conforme Altamir, à redução de exigibilidade adicional. Neste caso, pesou a redução de alíquotas sobre recursos à vista e a prazo. O diretor mencionou também que, no ano passado, houve elevação de R$ 246,036 bilhões de operações compromissadas tradicionais.