SÃO PAULO (Reuters) - Após queda recorde em 2009, o emprego na indústria paulista deve se recuperar neste ano acompanhando a melhora da economia em geral, mas só vai voltar aos patamares pré-crise global em 2011, avaliou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo dados divulgados nesta terça-feira, com ajuste sazonal, o emprego no setor subiu 0,31 por cento em dezembro sobre novembro. Sem ajuste, no entanto, houve queda de 3 por cento, o que equivale ao fechamento de 67 mil vagas.

Em 2009 como um todo, o nível de emprego caiu 4,32 por cento sobre o ano anterior, com a eliminação de 98 mil postos. Foi o pior resultado anual desde o início da série, em 2006.

Para 2010, Paulo Francini, diretor de pesquisa econômica da Fiesp, projeta aumento do emprego de 6,3 por cento.

"Haverá uma recuperação puxada por todos os setores, em meio a um crescimento da renda e aceleração do crescimento do crédito", disse Francini, ressaltando também a importância do efeito estatística da queda de 2009.

"Mas só voltaremos ao nível de antes da crise, aquele de setembro de 2008, no começo de 2011. As empresas voltam à atividade (depos da turbulência), mas o emprego demora mais e não volta ao patamar anterior."

 

DEZEMBRO

Em dezembro, as perdas de emprego concentraram-se na indústria de açúcar e álcool, como costuma ocorrer nessa época do ano. Das 67 mil vagas perdidas no mês passado, 47 mil foram nesse setor.

Dezembro também costuma ser um mês mais fraco para a indústria em geral, que começa a dispensar trabalhadores temporários contratados no terceiro trimestre em preparação para as encomendas do varejo para o Natal.

Dos 22 setores pesquisados, 16 relataram demissões, quatro apontaram contratações e dois tiveram estabilidade do emprego.

Os destaques de queda foram Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com queda de 22,2 por cento no nível de emprego em dezembro, e Produtos alimentícios, com declínio de 16,1 por cento. A principal alta foi no setor de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, de 4,1 por cento.

No ano, as maiores demissões foram registradas em Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-22,5 por cento) e Metalurgia (-12 por cento).

Os destaques de alta vieram de Confecção de Artigos de vestuário e acessórios (1,5 por cento) e Produtos diversos, que incluem itens como brinquedos e bijuterias (13 por cento).