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Bancos têm gordura para queimar, diz Dirceu

São Paulo, 7 de abril, Portal EXAME Os bancos brasileiros têm gordura para queimar , afirmou José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, no debate "100 dias do govero Lula", promovido por EXAME. No entender do ministro, as instituições financeiras teriam condições de reduzir o spread bancário , diferença entre os juros pagos aos depositantes e […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

São Paulo, 7 de abril, Portal EXAME Os bancos brasileiros têm gordura para queimar , afirmou José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, no debate "100 dias do govero Lula", promovido por EXAME.

No entender do ministro, as instituições financeiras teriam condições de reduzir o spread bancário , diferença entre os juros pagos aos depositantes e cobrados dos tomadores de crédito. Para isso, bastaria que a eles fossem dadas garantias de recebimento ao dinheiro que emprestam se a legislação que protege o devedor fosse alterada. São exemplos dessa mudança a reforma das cláusulas de alienação fiduciária, que facilitam a retomada de bens dados em garantia, e a modificação das leis de falência.

Nesse ponto, o próprio ex-ministro das COmunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros levantou a concentração bancária como uma ameaça ao crescimento do país. "Em vez de se preocupar com a competição da telefonia fixa, o governo deveria prestar atenção aos boatos de uma nova fusão bancária e com a ameaça de concentração no setor financeiro", disse o ex-ministro.

A dificuldade que o setor privado encontra para obter crédito é assumida pelo secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa. O Brasil hoje tem apenas 23% do PIB de crédito disponível. É um dos mais baixos do mundo , disse. Segundo ele, porém, isso só poderá ser alterado quando o Estado deixar de ser um despoupador . Resolver a questão do financiamento do Estado é fundamental para conseguirmos liberar recursos para a economia , afirmou Lisboa.

Uma das perguntas da platéia indagava a Dirceu e Lisboa como seria possível ao governo gerar um superávit de 5% do PIB se ele despoupa 3,5% todos os anos. Mendonça de Barros, numa referência brincalhona à fracassada política monetária do ex-prsidente do Banco Central Gustavo Franco, supostamente imitada pelo PT, afirmou sobre Lisboa: "Economistas brilhantes de pouca idade e com sotaque do Rio de Janeiro têm gerado grandes problemas a economia brasileira".

O economista-chefe do Unibanco, Alexandre Schwartsman, disse que, sendo economista, não era carioca nem jovem. Ele também fez críticas, mas discordou do tom de Mendonça de Barros. A política econômica só está funcionando bem na gestão do câmbio e dos juros . Segundo o economista, a atuação do governo mostra uma falta de projeto para o país. O PT tinha um projeto que foi sendo gradualmente abandonado pelo partido ao longo da campanha eleitoral, e agora está continuando com a política de juros e de câmbio herdada do governo anterior.

De acordo com Schwartsman, os ajustes por meio de corte de gastos, assim como o ajuste fiscal, têm que ser feitos para preparar o país para a volta do crescimento, inclusive para a retomada dos investimentos em ciência e tecnologia. Mantendo o tom brincalhão, ele disse que ao governo Lula poderia ser aplicada a frase de um professor que resenhava o livro de um colega, e disse seu livro tem coisas novas e coisas boas; só que as partes boas não são novas e as partes novas não são boas .

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