Economia

Bancos aumentam provisões para inadimplência, diz BC

A cobertura da inadimplência por provisões continua adequada, uma vez que ela é 81% maior do que a inadimplência nos bancos privados e 56%, nos públicos


	Banco Central: a cobertura da inadimplência por provisões continua adequada, uma vez que ela é 81% maior do que a inadimplência nos bancos privados e 56%, nos públicos
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Banco Central: a cobertura da inadimplência por provisões continua adequada, uma vez que ela é 81% maior do que a inadimplência nos bancos privados e 56%, nos públicos (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 11h21.

Brasília - Os bancos aumentaram as provisões, recursos reservados para casos de calote, como preparação para cenário econômico adverso, com perspectiva de baixo crescimento das concessões e de aumento da inadimplência.

A conclusão está no Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (7) pelo Banco Central (BC).

Segundo o BC, a cobertura da inadimplência por provisões “continua adequada” uma vez que a provisão é, aproximadamente, 81% maior do que a inadimplência nos bancos privados e 56%, nos públicos.

O BC diz ainda que análises detalhadas indicam que os créditos a empresas em recuperação judicial apresentam alta proporção de provisionamento, e as empresas expostas à desvalorização cambial têm, em sua maioria, mecanismos de proteção para situações de oscilação da cotação.

“Entretanto, esses temas seguem sob acompanhamento, dadas as perspectivas macroeconômicas futuras”.

O BC também diz que acompanha os efeitos sobre instituições do aumento do risco de crédito das empresas investigadas na operação Lava Jato e o comportamento dos setores e respectivas cadeias produtivas mais vulneráveis ao cenário econômico.

Rentabilidade

O relatório do BC também mostra que a rentabilidade do sistema bancário aumentou, “influenciada por resultados positivos dos bancos privados, com destaque para ajustes nas taxas de juros de concessão, maior diversificação de receitas e resultados não recorrentes [extraordinários]”.

O aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras proporcionou ganhos contábeis com ativação de créditos tributários, acrescentou o BC.

Segundo o banco, mesmo com a fraca demanda por crédito, os bancos aumentaram receitas com títulos, tarifas bancárias, cartões e serviços diversos.

“Nesse cenário, o incremento da eficiência tem sido relevante para a manutenção dos índices de rentabilidade dos bancos nos últimos anos”.

Porém, diz o BC, “há menos espaço para ganhos adicionais, com os bancos já demonstrando ligeira redução na eficiência operacional”.

Para 2016, o BC diz que a perspectiva de baixo crescimento das concessões continuará a reduzir a participação do crédito na formação do resultado dos bancos.

“Assim, segue a tendência de maior contribuição das receitas de serviços, seguros e cartões na composição do lucro líquido”.

O relatório do BC informa ainda que em simulações de situações adversas, o sistema bancário brasileiro apresentou adequada capacidade de suportar tanto os efeitos de choques decorrentes de cenários macroeconômicos adversos – por seis trimestres consecutivos – quanto as mudanças abruptas nas taxas de juros e de cambio, na inadimplência, ou quedas generalizadas dos preços dos imóveis residenciais. Embora, os efeitos não sejam homogêneos para todas as instituições.

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