Economia

Banco Mundial emprestará US$ 1 bilhão para ampliação do Bolsa Família

Segundo entidade, objetivo é mitigar os efeitos da pandemia entre a população mais vulnerável. Cerca de 3 milhões de pessoas serão beneficiadas

O empréstimo "apoiará a ampliação do Bolsa Família que vai beneficiar cerca de 3 milhões de pessoas (Roberto Setton/Exame)

O empréstimo "apoiará a ampliação do Bolsa Família que vai beneficiar cerca de 3 milhões de pessoas (Roberto Setton/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 16h37.

Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 19h12.

O Banco Mundial anunciou nesta sexta-feira que vai emprestar US$1 bilhão ao Brasil para que se amplie o programa social Bolsa Família. O empréstimo "apoiará a ampliação do Bolsa Família, por meio do financiamento de transferências de renda que beneficiarão cerca de 3 milhões de pessoas, incluindo mulheres, crianças e jovens, indígenas e outras minorias", afirmou o banco em comunicado. O empréstimo será pago ao longo de quase 8 anos, disse o banco.

Segundo a entidade, desde que o primeiro caso de Covid-19 foi registrado em 26 de fevereiro no país, "o novo coronavírus infectou mais de 5 milhões de pessoas no Brasil. Em consequência disso, o governo brasileiro e o Banco Mundial decidiram dar uma robusta resposta conjunta para proteger os mais vulneráveis".

- A incerteza sobre a trajetória da pandemia e a perspectiva de pobreza tornam cruciais a expansão do programa Bolsa Família e a proteção dos pobres nesses tempos difíceis - afirmou Paloma Anós Casero, Diretora do Banco Mundial para o Brasil.

A pandemia do novo coronavírus deu início a uma crise sanitária, econômica e social sem precedentes e "com forte impacto para as populações vulneráveis. A recuperação deve acontecer de maneira gradual e desigual, com milhares de famílias a mais precisando de ajuda em 2021 do que havia no período pré-Covid-19", acrescentou o Banco Mundial.

A nota da instituição cita o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que afirma que a parceria permitirá ao governo "incluir famílias que se tornaram temporariamente pobres ou que não estavam cadastradas no programa anteriormente".

Lorenzoni também mencionou o auxílio emergencial, que, investindo cerca de US$ 60 bilhões, já fez pagamentos mensais para mais de 67.8 milhões de brasileiros".

Segundo o Banco Mundial, antes da pandemia, cerca de 13 milhões de famílias estavam cadastradas no Bolsa Família. "O projeto financiará a ampliação do programa, e expandirá a proteção para ao menos 1,2 milhão de famílias pobres que continuarão a precisar de apoio após o fim do auxílio emergencial. As mulheres representam 90% dos beneficiários diretos. Essa ampliação beneficiará pelo menos 3 milhões de pessoas, entre elas 990 mil crianças e jovens e 7 mil indígenas".

O banco também oferecerá assistência técnica ao Ministério da Cidadania, "em coordenação com outros doadores bilaterais", para avaliar os impactos potenciais das mudanças no programa Bolsa Família.

"A pandemia colocou pressão sobre a economia brasileira. Em resposta, o governo brasileiro se comprometeu com um pacote de incentivo fiscal rápido e abrangente. Espera-se que essas medidas reduzam em grande parte os impactos da Covid sobre a pobreza em 2020, embora a perspectiva de pobreza para 2021 continue incerta, uma vez que as medidas de auxílio emergencial têm prazo para expirar, e o mercado de trabalho continua devagar. A taxa de desemprego em agosto de 2020 atingiu 13,6 por cento", lembra a entidade.

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