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Banco Central mantém juro em 21%

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juro em 21%. O comitê não adotou qualquer tipo de viés (instrumento que autoriza o presidente do BC a elevar ou reduzir a taxa fora das reuniões ordinárias). "O Copom decidiu, depois de avaliar o quadro econômico, manter a taxa Selic em 21% ao […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juro em 21%. O comitê não adotou qualquer tipo de viés (instrumento que autoriza o presidente do BC a elevar ou reduzir a taxa fora das reuniões ordinárias). "O Copom decidiu, depois de avaliar o quadro econômico, manter a taxa Selic em 21% ao ano, fixada na reunião extraordinária do dia 14. A decisão foi por unanimidade", informa o Copom em nota oficial.

A decisão do Copom de manter inalterada a taxa de juros em 21% ao ano não surpreendeu a Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O aumento da taxa na semana passada ainda não produziu seus efeitos sobre a inflação, que é a preocupação do Copom", disse Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da entidade. "A alta da inflação recente tem sido ocasionada pela forte desvalorização do câmbio"

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Pare ele, a provável reversão desta trajetória de alta e a estabilização da taxa em um patamar mais reduzido, eliminará a fonte destas pressões nos preços. "Com isso, abre-se espaço para a redução da taxa de juros em um momento próximo, condição para a retomada da atividade produtiva", afirmou Castelo Branco.

A manutenção da taxa básica em 21% também era esperada pela maioria dos analistas financeiros. Prevalece no mercado a opinião de que o Banco Central agiu de uma só vez, com o objetivo de frear a disparada da inflação, quando elevou a Selic em 3 pontos na reunião extraordinária da semana anterior. "Quando o BC aumentou a taxa, o choque foi muito grande. Se a preocupação do comitê é a inflação, como afirma a ata da reunião, há de se concordar que um choque desta magnitude já terá o reflexo esperado , dizem os analistas do BBV Banco.

Para o Lloyds TSB, os três pontos da semana passada foram suficientes. A princípio, a taxa básica de juros foi ajustada para que a meta de inflação estabelecida para 2003 tenha maiores chances de ser atingida e não deve mudar no curtíssimo prazo", diz relatório do banco. "Uma decisão contrária descaracterizaria a justificativa utilizada para a elevação dos juros em uma reunião extraordinária.

Por outro lado, o CSFB não descartava o aumento da Selic para 22%. Os analistas do banco acreditam que os altos índices de inflação recém divulgados justificariam um aumento de até 1 ponto percentual na taxa básica. A ata da última reunião justificava o aumento de 18% para 21% pela projeção de inflação para 2003. Nas nossas contas, o BC espera taxa superior a 6% em 2003". As projeções de inflação da instituição estão bem acima do esperado pelo BC: 7,9% para 2002 e 10% para 2003.

Os índices de inflação em outubro, divulgados nessa semana pela Fundação Getúlio Vargas, preocupam. A segunda prévia do IGP-M no mês ficou em 2,81%, a maior segunda prévia de inflação medida pelo índice da FGV desde agosto de 1994. O IGP-10, também calculado pela fundação, bateu recorde de três anos.

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