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Banco Central inicia primeira parte da reunião do Copom

Mudança de curso das expectativas para a decisão do Copom, sem precedentes, toma conta do primeiro dia da reunião do colegiado

Copom: inicialmente, o mercado financeiro apostava em peso numa elevação da Selic de 14,25% para 14,75% ao ano (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 16h45.

Brasília - Uma mudança de curso das expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária ( Copom ), sem precedentes, toma conta do primeiro dia da reunião do colegiado, que começou nesta terça-feira, 19, à tarde.

Inicialmente, o mercado financeiro apostava em peso numa elevação da Selic de 14,25% para 14,75% ao ano no encontro que termina amanhã. Com base em sinais passados hoje pelo presidente do Banco Central , Alexandre Tombini, as expectativas mudaram.

Apesar da recessão econômica pela qual passa o País, os argumentos dos economistas para uma alta de meio ponto eram fincadas na percepção de que, com a inflação corrente em alta e as expectativas mais elevadas ainda, o BC atuaria com seu instrumento de política monetária. Mesmo em um momento de retração econômica. Até porque, porta-vozes da instituição apontavam que o mandato do BC é para conter a inflação e que não há trade-off em relação à atividade.

Mais do que isso, os analistas acreditavam que um aumento mais agressivo da taxa básica agora seria uma resposta aos que colocavam na berlinda a credibilidade da instituição, e de Tombini. Principalmente em um momento de pressão política e de críticas dentro do PT sobre a retomada da alta, com um esforço de tentar evitá-la.

Por meio de nota, no entanto, o presidente disse que as mudanças feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2016 e 2017 foram "significativas". Acrescentou que essa informação seria usada como referência para o colegiado. Ficou aqui a pista de que a intenção, pelo menos neste primeiro momento, é de elevar a Selic em menor magnitude do que previa o mercado.

Ex-diretores do BC consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se disseram "perplexos" com o comentário de Tombini sobre o FMI, considerado sem precedentes por ter sido feito em dia de Copom, quando banqueiros centrais ficam ainda mais circunspectos do que o de costume. Avaliaram, porém, que antes essa reviravolta na véspera da decisão do que um susto ainda maior no dia do anúncio.

A terceira onda de elevação ainda pode ocorrer, conforme sinalizam os negócios do mercado depois da declaração de Tombini, mas em menor grau. Prevalece agora a aposta de 0,25 ponto porcentual de alta. Como o próprio presidente enfatizou em sua carta aberta, divulgada há 11 dias, desde abril de 2013, o BC já elevou a Selic em 7 pontos porcentuais, em dois ciclos de alta interrompidos por períodos de estabilidade.

Vale lembrar, no entanto, que o ponto de partida dessa alta foi justamente a marca de 7,25% que permanecia em março daquele ano, a mais baixa da história do País e que carrega hoje grande parte da culpa da falta de credibilidade do BC em sua missão de segurar os preços.

A pergunta que fica é como votarão os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) do último encontro que manteve a taxa estável em um placar de 6 a 2. Sabe-se que dificilmente um presidente do BC fica no grupo dos vencidos e, com o colegiado contando com oito membros, seu voto poderá ser de minerva. Difícil o BC se expor tanto, mas não impossível.

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Brasília - Uma mudança de curso das expectativas para a decisão do Comitê de Política Monetária ( Copom ), sem precedentes, toma conta do primeiro dia da reunião do colegiado, que começou nesta terça-feira, 19, à tarde.

Inicialmente, o mercado financeiro apostava em peso numa elevação da Selic de 14,25% para 14,75% ao ano no encontro que termina amanhã. Com base em sinais passados hoje pelo presidente do Banco Central , Alexandre Tombini, as expectativas mudaram.

Apesar da recessão econômica pela qual passa o País, os argumentos dos economistas para uma alta de meio ponto eram fincadas na percepção de que, com a inflação corrente em alta e as expectativas mais elevadas ainda, o BC atuaria com seu instrumento de política monetária. Mesmo em um momento de retração econômica. Até porque, porta-vozes da instituição apontavam que o mandato do BC é para conter a inflação e que não há trade-off em relação à atividade.

Mais do que isso, os analistas acreditavam que um aumento mais agressivo da taxa básica agora seria uma resposta aos que colocavam na berlinda a credibilidade da instituição, e de Tombini. Principalmente em um momento de pressão política e de críticas dentro do PT sobre a retomada da alta, com um esforço de tentar evitá-la.

Por meio de nota, no entanto, o presidente disse que as mudanças feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2016 e 2017 foram "significativas". Acrescentou que essa informação seria usada como referência para o colegiado. Ficou aqui a pista de que a intenção, pelo menos neste primeiro momento, é de elevar a Selic em menor magnitude do que previa o mercado.

Ex-diretores do BC consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se disseram "perplexos" com o comentário de Tombini sobre o FMI, considerado sem precedentes por ter sido feito em dia de Copom, quando banqueiros centrais ficam ainda mais circunspectos do que o de costume. Avaliaram, porém, que antes essa reviravolta na véspera da decisão do que um susto ainda maior no dia do anúncio.

A terceira onda de elevação ainda pode ocorrer, conforme sinalizam os negócios do mercado depois da declaração de Tombini, mas em menor grau. Prevalece agora a aposta de 0,25 ponto porcentual de alta. Como o próprio presidente enfatizou em sua carta aberta, divulgada há 11 dias, desde abril de 2013, o BC já elevou a Selic em 7 pontos porcentuais, em dois ciclos de alta interrompidos por períodos de estabilidade.

Vale lembrar, no entanto, que o ponto de partida dessa alta foi justamente a marca de 7,25% que permanecia em março daquele ano, a mais baixa da história do País e que carrega hoje grande parte da culpa da falta de credibilidade do BC em sua missão de segurar os preços.

A pergunta que fica é como votarão os diretores dissidentes (Sidnei Marques e Tony Volpon) do último encontro que manteve a taxa estável em um placar de 6 a 2. Sabe-se que dificilmente um presidente do BC fica no grupo dos vencidos e, com o colegiado contando com oito membros, seu voto poderá ser de minerva. Difícil o BC se expor tanto, mas não impossível.

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