Economia

Banco Central espera crescimento de 1,7% do PIB e inflação de 3,5% em 2024

Estimativa foi apresentada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 21

 (Adriano Machado/Reuters)

(Adriano Machado/Reuters)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 08h26.

Última atualização em 21 de dezembro de 2023 às 08h43.

O Banco Central (BC) reduziu de 1,8% para 1,7% a estimativa de crescimento para a economia brasileira em 2024. Além disso, a autoridade monetária projetou que a inflação do próximo ano chegará a 3,5%. Os dados fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 21.

"Pelo lado da oferta, a ligeira revisão para baixo na projeção de crescimento do PIB reflete recuo nas estimativas para a agropecuária e para a indústria e ligeira alta na previsão para o setor de serviços", informou o BC.

Segundo o relatório, a a projeção para a agropecuária em 2024 recuou de 1,5% para 1,0% e reflete atualizações para a safra de 2024 que passou a indicar uma produção agrícola menor do que se previa. Para a indústria, a projeção diminuiu de 2,0% para 1,7%. A previsão para a indústria extrativa foi reduzida depois dos anúncios mais recentes dos principais produtores de petróleo e minério de ferro, que não sugerem altas expressivas para o setor no próximo ano.

"Por fim, a previsão de crescimento do setor de serviços passou de 1,8% para 1,9%, sem alterações significativas no ritmo de crescimento dos principais componentes ao longo do ano", informou o BC.

Consumo das famílias perde fôlego

As projeções para o consumo das famílias, consumo do governo e formação bruta de capital fixo foram alteradas de, respectivamente, 1,9%, 1,5% e 2,1%, para 2,3%, 1,1% e 1,0%.

Apesar de aumento na estimativa, o BC afirmou que a desaceleração de crescimento do consumo das famílias em 2024, em relação ao ritmo observado nos três primeiros trimestres de 2023, deve refletir o menor ritmo esperado de expansão da renda disponível das famílias.

A autoridade monetária espera um  arrefecimento do crescimento da massa salarial e dos benefícios sociais e a não repetição do impulso positivo trazido pela queda dos preços de alimentos. Por outro lado, o crescimento dos investimentos deve refletir principalmente a queda de juros. A estimativa para a variação das exportações ficou inalterada, em 1,5%.

Inflação desancorada

O Banco Central também apresentou as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos próximoa anos. A inflação projetada termina 2024 em 3,5% e cai para 3,2% em 2025 e 2026, diante de meta para a inflação de 3,00% para esses anos.

"Contudo, não houve mudança relevante na mediana das expectativas para os próximos anos, que permanecem desancoradas", informou o BC.

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