Economia

Balanço de pagamentos registra superávit de US$ 3,6 bilhões em março

Desempenho positivo é importante para aumentar a confiança dos investidores internacionais, após a não-renovação do acordo com o Fundo Monetário Internacional

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

O balanço de pagamentos encerrou março com superávit de 3,6 bilhões de dólares. As transações correntes apresentaram saldo positivo de 1,8 bilhão de dólares, enquanto a conta financeira ficou positiva em 1,5 bilhão. O desempenho foi favorecido pelo resultado da balança comercial. O saldo de 3,3 bilhões de dólares obtido com o comércio exterior é recorde para os meses de março.

Para Alex Agostini, economista da GRC Visão, os números são bem-vindos, porque ajudam a reforçar a confiança dos investidores institucionais, agora que o Brasil decidiu não renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem a retaguarda do Fundo, o país precisa provar que está ajustando as contas e mantendo os superávits para acumular reservas internacionais.

O aumento da confiança do mercado internacional no Brasil gera outro reflexo positivo: a entrada de investimentos estrangeiros diretos. No mês passado, ingressaram no país 1,4 bilhão de dólares por essa conta o dobro do registrado no mesmo período de 2004. Os investimentos líquidos em participação de capital (que indica movimentos como fusões e aquisições) somaram 854 milhões de dólares. Já os empréstimos intercompanhias, no qual se contabilizam a remessa de recursos entre matrizes e subsidiárias, alcançaram 547 milhões.

Reservas internacionais

O bom resultado do balanço de pagamentos contribuiu para elevar as reservas internacionais em 2,9 bilhões de dólares no mês passado, alcançando um total de 62 bilhões. De acordo com Agostini, trata-se de uma boa evolução, mas o governo poderia reforçar ainda mais a posição brasileira se aproveitasse a atual taxa de câmbio para comprar mais reservas em moeda estrangeira.

A desvalorização do real, segundo Agostini, não traria grande impacto sobre a inflação, nem sobre a dívida pública, já que a parcela de títulos atrelada ao câmbio hoje é bastante pequena. "Os ganhos que o real apreciado está trazendo para o combate à inflação são muito pequenos", diz (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME sobre o impacto do dólar fraco).

O Banco Central também divulgou, nesta terça-feira (26/4), que a dívida externa total do país atingiu 199,8 bilhões de dólares em janeiro. A cifra indica uma queda de 1,6 bilhão de dólares em relação a dezembro de 2004. A dívida de curto prazo subiu 712 milhões entre os dois meses e alcançou 19,5 bilhões. Já a parcela de médio e longo prazo caiu 2,3 bilhões de dólares e encerrou janeiro em 180,3 bilhões.

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