Economia

Balança comercial tem superávit de US$2,9 bi em maio

A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,953 bilhões de dólares em maio

Comércio exterior: 3º trimestre teve o maior crescimento anual de importações desde 1996 (Justin Sullivan/Getty Images)

Comércio exterior: 3º trimestre teve o maior crescimento anual de importações desde 1996 (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 19h14.

Brasília - A retração do comércio internacional diante do agravamento da crise externa e da desvalorização das commodities afetou o saldo da balança comercial brasileira. Em maio, o superávit veio abaixo das expectativas de analistas do mercado e, no ano, o resultado está 26,5 por cento menor do que 2011.

A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,953 bilhões de dólares em maio, queda de 16,2 por cento em relação ao resultado do mesmo mês de 2011, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana, os analistas consultados previam um saldo positivo no mês anterior de 4,25 bilhões de dólares.

No mês passado, as exportações somaram 23,215 bilhões de dólares e as importações, 20,262 bilhões de dólares. De acordo com o ministério, ambos os valores são recorde para meses de maio.

A meta do governo é atingir vendas totais no exterior de 264 bilhões de dólares neste ano. Caso essa receita se confirme, representará um acréscimo de 3,1 por cento em relação ao ano anterior.

Transações - No acumulado no ano, a balança comercial apresenta forte redução do superávit. Entre janeiro e maio, o saldo comercial ficou em 6,271 bilhões de dólares, montante 26,5 por cento menor que o registrado em igual período do ano anterior. O resultado é a diferença entre exportações de 97,861 bilhões de dólares e importações de 91,590 bilhões de dólares.

O superávit da balança comercial tem sido umas das principais fontes de financiamento da conta de transações correntes- que integra operações do país com o exterior, como comércio, gastos com viagens internacionais e remessas de lucros e dividendos.

No entanto, devido à redução do saldo comercial ao longo dos primeiros meses deste ano, essa contribuição tem sido menor em 2012 em comparação ao ano passado.


Em abril, o saldo em transações correntes ficou negativo em 5,403 bilhões de dólares. Esse resultado ocorreu, em boa parte, devido ao baixo saldo comercial de 881 milhões no quarto mês do ano.

Nesse sentido, o superávit de 2,953 bilhões de dólares no mês passado tende a conferir alívio na conta transações correntes em maio, no dado que será divulgado no fim deste mês.

Com as vendas de 23,215 bilhões de dólares no mês passado, praticamente o mesmo montante embarcado em maio de 2011, as exportações totalizam 97,861 bilhões de dólares no ano, 1,5 por cento maior em relação a igual período do ano anterior.

O baixo crescimento das exportações neste ano é resultado da retração do comércio internacional diante do agravamento da crise externa e da desvalorização das commodities, que influencia a venda dos produtos básicos.

Uma das consequência da perda de valor das commodities é observada nos embarques de minério de ferro, um dos principais produtos da pauta brasileira. Entre janeiro e maio, o valor das exportações dessa matéria-prima caiu 20 por cento em comparação ao ano passado.

Em relação aos efeitos da apreciação do câmbio sobre a balança, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, disse que os efeitos da valorização do dólar sobre as exportações ocorrerão no segundo semestre.

Ele observou, no entanto, que esses ganhos podem ser neutralizados caso haja um agravamento da crise internacional. "No segundo semestre esperamos desempenho melhor das exportações", disse. Mantendo cautela ele preferiu não alterar a previsão de alta de 3,1 nas vendas externas projetadas para 2012.

Mercados - Na análise dos mercados compradores de produtos brasileiros, os destaques foram as quedas de 12,7 por cento nas vendas para a Argentina e de 6,9 por cento nos embarques destinados à União Europeia.

A China e os Estados Unidos, os dois maiores parceiros comerciais do Brasil elevaram as compras dos produtos brasileiros em 7,2 por cento e 25 por cento, respectivamente.

Ao comentar a retração nas exportações para a Argentina, Teixeira informou que autoridades dos dois países se reúnem no próximo dia 6 em Buenos Aires. Segundo ele, a pauta do encontro será as dificuldades da economia argentina em aumentar as encomendas de produtos brasileiros e eventuais barreiras impostas ao comércio bilateral. "A Argentina enfrenta dificuldades macroeconômicas e o comércio sofre. Vamos monitorar porque a Argentina é nosso principal parceiro na América Latina", comentou.

Importações - As importações de 20,262 bilhões de dólares em maio ficaram 2,9 por cento superiores às de igual mês de 2011. No acumulado do ano, somaram 91,590 bilhões de dólares, com acréscimo de 6,4 por cento frente ao resultado de igual período do ano passado.

De forma desagregada, o maior crescimento nas importações nos primeiros cinco meses do ano ocorre nas aquisições externas de combustíveis e lubrificantes, que avançaram 11,8%.

As importações de bens de consumo subiram 6,6 por cento. E as de máquinas e equipamentos, mais ligadas a investimentos, registraram taxa de crescimento menor, de 5,9 por cento.

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