Economia

Baixos salários na Alemanha originaram crise, diz OIT

Apesar de ter melhorado a competitividade dos exportadores alemães, a redução salarial é cada vez mais identificada como a causa das recentes dificuldades da zona do euro

Angela Merkel, chanceler alemã: a redução salarial geralmente é apresentada por Berlim como um exemplo a ser seguido (Angelika Warmuth/AFP)

Angela Merkel, chanceler alemã: a redução salarial geralmente é apresentada por Berlim como um exemplo a ser seguido (Angelika Warmuth/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 11h18.

Genebra - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) criticou a política alemã de redução de salários, considerando-a como a "causa estrutural" da crise na zona do euro, segundo um relatório publicado nesta terça-feira.

"A redução dos salários melhorou a competitividade dos exportadores alemães, mas é cada vez mais identificada como a causa estrutural das recentes dificuldades da zona do euro", diz a agência da ONU, em Genebra, que critica em particular as reformas realizadas em 2003 pelo governo de Gerhardt Schroeder.

Estas reformas, assim como o aumento da competitividade da economia alemã, são geralmente apresentados por Berlim como um exemplo a ser seguido pelos demais países.

O próprio presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou várias vezes o modelo alemão nas últimas semanas. A OIT, no entanto, o considera como um freio ao crescimento europeu.

"As pressões dos últimos dez anos sobre o crescimento do mercado de trabalho alemão geraram consequências nefastas para a viabilidade de suas finanças públicas", afirma a OIT, organismo cujo objetivo é promover condições dignas de trabalho no mundo todo.

"O mais grave é que os países em crise não podem utilizar a via das exportações para compensar a debilidade da demanda interna, já que sua indústria não pode ser beneficiada por uma demanda interna mais sólida como a da Alemanha", diz a OIT.

A Alemanha, maior economia da zona do euro, baseia de fato seu crescimento nas exportações em detrimento do consumo interno, dizem economistas.

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