Economia

Bairros gays são campeões de aumento de renda nos EUA

Estudo com 38 grandes cidades americanas descobriu que na década passada, renda cresceu mais em bairros com mais casais de homens gays


	Rua pintada com as cores da bandeira gay: os "gayborhoods" enriquecem mais
 (REUTERS/David Gray)

Rua pintada com as cores da bandeira gay: os "gayborhoods" enriquecem mais (REUTERS/David Gray)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 06h00.

São Paulo - É americano e quer morar em um lugar onde a renda vai aumentar? Se mude para um "gayborhood".

A conclusão é de um estudo apresentado no início do ano no encontro da Associação Americana de Economistas.

Os pesquisadores Matthew Ruther, da Universidade do Colorado, e Janice Madden, da Universidade da Pensilvânia, analisaram dados do censo de 38 grandes cidades dos Estados Unidos divididas em pequenos setores.

Eles perceberam que as micro-regiões que tinham mais casais de homens gays no ano de 2000 experimentaram um crescimento especialmente maior da renda familiar (e, consequentemente, dos preços de imóveis) ao longo da década seguinte. 

No Nordeste e Oeste do país, houve também um crescimento populacional expressivo naqueles bairros.

Nenhuma das relações foi verificada em bairros com mais casais de lésbicas - que tem quatro vezes mais chance de ter filhos e renda em média 20% menor em comparação com os casais de homens.


O estudo mostrou também que de forma geral, os gays tendem a ser atraídos por bairros com maior taxa de vacância e habitação mais antiga. É possível, portanto, que a relação verificada entre gays e renda ande em paralelo com outras dinâmicas do mercado imobiliário.

Mitos

Os números não confirmaram outras teses levantadas por estudos anteriores. Até pouco tempo atrás, era difícil encontrar dados amplos e confiáveis sobre a distribuição dos gays na cidade.

De acordo com a análise de Ruther e Madden, eles não ficam cada vez mais concentrados em determinadas zonas com o passar do tempo, apesar de terem uma preferência maior por bairros centrais em todas as regiões do país, com exceção do Sul.

O estudo não encontrou muita relação entre onde os casais de homens e de mulheres decidem morar.

Eles também não apresentam uma preferência particularmente maior por bairros com maior diversidade racial, apesar do padrão de segregação dos homossexuais dentro da cidade ser curiosamente similar ao dos afro-americanos.

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