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Autoridades do Fed sinalizam maior flexibilização monetária

O Fed vem mantendo as taxas de juros de curto prazo próximas de zero desde dezembro de 2008 e indicou que iria deixá-las nesse patamar

Sede do Fed: o presidente do Fed em Richmond, Jeffrey Lacker, reiterou sua oposição a uma nova rodada de estímulos (Dan Smith/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2012 às 19h36.

Nova York - Três dirigentes do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) lançaram as bases nesta segunda-feira para uma terceira rodada de compra de títulos, dizendo que a recuperação do país está sendo fraca e o desemprego, alto demais.

"Nós estamos bem nessa margem, de que se os dados econômicos continuarem abaixo de nossas expectativas - e nosso ponto de vista é que não está havendo progresso em nossa gestão, ou não prevemos progresso em nossa gestão -, por isso, acho que vamos precisar de mais expansão monetária", disse a repórteres o presidente do Fed em São Francisco, John Williams, depois de um discurso na região de Coeur D'Alene, Estado do Idaho.

Mas, numa evidência das divisões no Banco Central dos EUA, o presidente do Fed em Richmond, Jeffrey Lacker, reiterou sua oposição a uma nova rodada de estímulos, em entrevista à rádio da Bloomberg.

O Fed vem mantendo as taxas de juros de curto prazo próximas de zero desde dezembro de 2008 e indicou que iria deixá-las nesse patamar até pelo menos o fim de 2014, para impulsionar a economia. O banco aprovou duas rodadas sem precedentes de afrouxamento monetário, tendo comprado 2,3 trilhões de dólares em títulos de longo prazo para empurrar para baixo o custo dos empréstimos.


No mês passado, depois de uma série de notícias decepcionantes sobre a economia, o Fed cortou sua projeção de crescimento do país, mas tomou apenas uma medida modesta no afrouxamento monetário, adicionando seis meses à chamada Operação Twist, pela qual busca reduzir as taxas por meio da venda de títulos de curto prazo e compra de outros de longo prazo.

Depois da divulgação, na sexta-feira, de um relatório governamental mostrando que em junho as empresas aumentaram a oferta de emprego bem menos do que o esperado, economistas das principais firmas de Wall Street entrevistados pela Reuters avaliaram que as chances de uma nova rodada de afrouxamento monetário são de cerca de 70 por cento - uma alta de 50 por cento em relação a 20 de junho.

Desemprego

Williams, participante este ano do painel que estabelece a política do Fed, disse que cortou sua projeção de crescimento para o próximo ano e meio, e agora avalia que a taxa de desemprego, atualmente em 8,2 por cento, fique acima dos 8 por cento até a segunda metade de 2013.

Ao mesmo tempo, avalia que os preços em queda das commodities, o dólar em alta e a redução no custo da mão de obra vão elevar a inflação para 1,25 por cento este ano e 1,75 por cento em 2013, abaixo da meta projetada pelo Fed, de 2 por cento.

"Minha previsão inicial está exatamente nesse ponto onde nós não vamos de fato obter progresso até o próximo ano, ano e meio", disse ele. "Nesse tipo de condição, eu diria que é necessário um estímulo adicional." Ele acrescentou que seria melhor se isso fosse feito na forma de compra de títulos hipotecários.

Em declarações prévias em Bangcoc, duas das autoridades mais linha-duras do Fed foram ainda mais inflexíveis.

"É necessário um arranjo monetário extra para impulsionar mais rapidamente a produção até o seu nível pleno", disse o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, durante o Sasin Bangkok Forum. "As circunstâncias econômicas autorizam um arranjo extremamente forte."


Falando no mesmo fórum, o presidente do Fed em Boston, Eric Rosengren, endossou essa posição, ao afirmar prever crescimento mais lento e desemprego mais alto do que a maioria dos seus colegas.

"Até agora os dados têm sido fracos e eu mesmo faço uma previsão fraca", declarou a repórteres, após seu pronunciamento no fórum. "Acho que é adequado haver mais afrouxamento monetário."

Nenhum dos dois é atualmente membro com direito a voto sobre a política do Fed, mas ambos serão em 2013.

Inflação

Rosengren disse ainda no fórum avaliar que a inflação fique apenas por volta de 1,2 por cento em 2012.

Evans também afirmou que as pressões salariais virtualmente são inexistentes e que a inflação provavelmente ficará na meta de 2 por cento fixada pelo Fed, ou abaixo disso. Ele admitiu que defender uma política que tem como risco elevar a inflação, ainda que temporariamente, o deixa aberto a acusações de 'blasfêmia'.

No entanto, Evans comentou que, com o desemprego dos EUA na casa de vários pontos porcentuais acima do nível, a maioria considera sustentável que o Fed possa desejar tolerar 'uma alta transitória, modesta', na inflação para poder reduzir a falta de empregos.

Ao falar com os repórteres, Williams disse que também crê que uma alta temporária na inflação não seria preocupante, mas acrescentou que a inflação provavelmente vai ficar baixa porque o crescimento é lento.

A próxima reunião do Fed para discutir sua política será de 31 de julho a 1o de agosto, e depois em 12 e 13 de setembro.

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Nova York - Três dirigentes do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) lançaram as bases nesta segunda-feira para uma terceira rodada de compra de títulos, dizendo que a recuperação do país está sendo fraca e o desemprego, alto demais.

"Nós estamos bem nessa margem, de que se os dados econômicos continuarem abaixo de nossas expectativas - e nosso ponto de vista é que não está havendo progresso em nossa gestão, ou não prevemos progresso em nossa gestão -, por isso, acho que vamos precisar de mais expansão monetária", disse a repórteres o presidente do Fed em São Francisco, John Williams, depois de um discurso na região de Coeur D'Alene, Estado do Idaho.

Mas, numa evidência das divisões no Banco Central dos EUA, o presidente do Fed em Richmond, Jeffrey Lacker, reiterou sua oposição a uma nova rodada de estímulos, em entrevista à rádio da Bloomberg.

O Fed vem mantendo as taxas de juros de curto prazo próximas de zero desde dezembro de 2008 e indicou que iria deixá-las nesse patamar até pelo menos o fim de 2014, para impulsionar a economia. O banco aprovou duas rodadas sem precedentes de afrouxamento monetário, tendo comprado 2,3 trilhões de dólares em títulos de longo prazo para empurrar para baixo o custo dos empréstimos.


No mês passado, depois de uma série de notícias decepcionantes sobre a economia, o Fed cortou sua projeção de crescimento do país, mas tomou apenas uma medida modesta no afrouxamento monetário, adicionando seis meses à chamada Operação Twist, pela qual busca reduzir as taxas por meio da venda de títulos de curto prazo e compra de outros de longo prazo.

Depois da divulgação, na sexta-feira, de um relatório governamental mostrando que em junho as empresas aumentaram a oferta de emprego bem menos do que o esperado, economistas das principais firmas de Wall Street entrevistados pela Reuters avaliaram que as chances de uma nova rodada de afrouxamento monetário são de cerca de 70 por cento - uma alta de 50 por cento em relação a 20 de junho.

Desemprego

Williams, participante este ano do painel que estabelece a política do Fed, disse que cortou sua projeção de crescimento para o próximo ano e meio, e agora avalia que a taxa de desemprego, atualmente em 8,2 por cento, fique acima dos 8 por cento até a segunda metade de 2013.

Ao mesmo tempo, avalia que os preços em queda das commodities, o dólar em alta e a redução no custo da mão de obra vão elevar a inflação para 1,25 por cento este ano e 1,75 por cento em 2013, abaixo da meta projetada pelo Fed, de 2 por cento.

"Minha previsão inicial está exatamente nesse ponto onde nós não vamos de fato obter progresso até o próximo ano, ano e meio", disse ele. "Nesse tipo de condição, eu diria que é necessário um estímulo adicional." Ele acrescentou que seria melhor se isso fosse feito na forma de compra de títulos hipotecários.

Em declarações prévias em Bangcoc, duas das autoridades mais linha-duras do Fed foram ainda mais inflexíveis.

"É necessário um arranjo monetário extra para impulsionar mais rapidamente a produção até o seu nível pleno", disse o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, durante o Sasin Bangkok Forum. "As circunstâncias econômicas autorizam um arranjo extremamente forte."


Falando no mesmo fórum, o presidente do Fed em Boston, Eric Rosengren, endossou essa posição, ao afirmar prever crescimento mais lento e desemprego mais alto do que a maioria dos seus colegas.

"Até agora os dados têm sido fracos e eu mesmo faço uma previsão fraca", declarou a repórteres, após seu pronunciamento no fórum. "Acho que é adequado haver mais afrouxamento monetário."

Nenhum dos dois é atualmente membro com direito a voto sobre a política do Fed, mas ambos serão em 2013.

Inflação

Rosengren disse ainda no fórum avaliar que a inflação fique apenas por volta de 1,2 por cento em 2012.

Evans também afirmou que as pressões salariais virtualmente são inexistentes e que a inflação provavelmente ficará na meta de 2 por cento fixada pelo Fed, ou abaixo disso. Ele admitiu que defender uma política que tem como risco elevar a inflação, ainda que temporariamente, o deixa aberto a acusações de 'blasfêmia'.

No entanto, Evans comentou que, com o desemprego dos EUA na casa de vários pontos porcentuais acima do nível, a maioria considera sustentável que o Fed possa desejar tolerar 'uma alta transitória, modesta', na inflação para poder reduzir a falta de empregos.

Ao falar com os repórteres, Williams disse que também crê que uma alta temporária na inflação não seria preocupante, mas acrescentou que a inflação provavelmente vai ficar baixa porque o crescimento é lento.

A próxima reunião do Fed para discutir sua política será de 31 de julho a 1o de agosto, e depois em 12 e 13 de setembro.

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