Economia

Autoindústria é responsável por recuo do emprego, diz IBGE

O número de vagas na atividade de meios de transporte encolheu 11,4%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário


	Autoindústria: a atividade tem um peso de cerca de 8% sobre o cálculo da população ocupada na indústria
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Autoindústria: a atividade tem um peso de cerca de 8% sobre o cálculo da população ocupada na indústria (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 12h06.

Rio - A indústria automobilística foi a principal responsável pelo tombo de 6,2% no emprego industrial no País em 2015.

O número de vagas na atividade de meios de transporte encolheu 11,4%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A atividade tem um peso de cerca de 8% sobre o cálculo da população ocupada na indústria, atrás apenas do segmento de produtos alimentícios.

Embora todos os 18 setores investigados tenham demitido trabalhadores no ano passado, o corte de vagas em meios de transporte foi a principal pressão sobre o resultado geral do emprego industrial no País.

"(Meios de transporte) É o setor que mais se destaca em qualquer uma dessas comparações: pessoal ocupado, números de horas pagas aos trabalhadores e valor da folha real de pagamento.

Na produção industrial, essa atividade é sempre também a mais destacada em termos negativos", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

O segmento de meios de transporte reduziu em 12,4% o número de horas pagas aos trabalhadores em 2015. O valor da folha de pagamento real do setor encolheu 13,4%.

"A indústria automobilística veio ao longo de 2015 com reduções de jornada de trabalhadores, cortes de postos de trabalho, regime de layoff e estoques elevados", lembrou Macedo.

O gerente da pesquisa, entretanto, ressalta que a deterioração no mercado de trabalho industrial foi generalizada em 2015.

Tanto o emprego quanto o número de horas pagas recuaram em dezembro do ano passado para o menor patamar já registrado pela pesquisa, iniciada em dezembro de 2000.

Como consequência, o total de empregados no setor industrial já está 16% abaixo do pico registrado em julho de 2008, enquanto o total de horas pagas está 18% menor do que o ápice atingido em setembro do mesmo ano.

"É um comportamento amplamente negativo, e não poderia ser diferente, já que você tem uma produção também com comportamento negativo. O mercado de trabalho está claramente confirmando que 2015 foi um ano difícil para o segmento industrial", afirmou o pesquisador.

Na avaliação de Macedo, a indústria permanece prejudicada pela confiança mais baixa de empresários e consumidores, que afeta consumo e investimentos, com reflexo no mercado de trabalho no setor.

"O cenário não se modificou. A conjuntura econômica não se alterou. Não por acaso os indicadores (industriais) mantêm essa tendência de queda, seja sob a ótica do mercado de trabalho seja sob a ótica da produção", concluiu ele.

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