Economia

Atividade econômica moderada gera baixa no crédito, diz BC

Saldo das operações de crédito (R$ 2,835 trilhões) teve crescimento de 11,4% em 12 meses


	Chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel: “A moderação tem aspectos benignos. Um deles é a sustentabilidade"
 (Wilson Dias/ABr)

Chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel: “A moderação tem aspectos benignos. Um deles é a sustentabilidade" (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 13h56.

Brasília - A menor expansão do crédito está associada à moderação da atividade econômica, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

Em 12 meses, encerrados em julho, o saldo das operações de crédito (R$ 2,835 trilhões) teve crescimento de 11,4%, o menor na série histórica iniciada em março de 2007. Em junho, a expansão ficou em 11,8%, e no ano passado o crescimento ficou em 14,7%. A previsão do BC para este ano é crescimento de 12%.

“A moderação tem aspectos benignos. Um deles é a sustentabilidade. Essa expansão do crédito ocorre em um sistema financeiro robusto e com taxas de inadimplência bem comportadas e sem deixar de contribuir de maneira relevante para a atividade econômica, com expansão de dois dígitos”, argumentou Maciel.

Segundo Maciel, as medidas anunciadas pelo BC que liberam mais recurso para os bancos emprestarem diminui a possibilidade de haver revisão da projeção de crescimento do crédito este ano. Mas ele enfatizou que as medidas têm “caráter predominantemente regulatório”, com impacto moderado no crédito em segmentos específicos.

No último dia 20, o BC anunciou medidas que liberam R$ 25 bilhões para os bancos emprestarem. No final do mês passado, o BC já havia anunciado ações que injetam R$ 45 bilhões na economia.

Especificamente em julho, Maciel disse que a moderação no crédito é característica do período, quando as empresas pegam menos dinheiro emprestado. No mês passado, o saldo das operações de crédito para as empresas com recursos livres (os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros) recuou 1,1%, e para as famílias, houve crescimento de 0,2%.

Já as taxas de juros subiram tanto para as famílias quanto para as empresas. A taxa de juros para as famílias subiu 0,2 ponto percentual, de junho para julho, e ficou em 43,2% ao ano. Para as empresas, a alta chegou a 0,5 ponto percentual, com taxa em 23,1% ao ano, no crédito com recursos livres.

Segundo Maciel, após seguirem o ciclo de elevação da taxa básica, a Selic, os juros aos clientes bancários encontraram um novo patamar e estão oscilando em torno dele. Nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em maio e em julho, a Selic foi mantida em 11% ao ano, após o ciclo de alta. A Selic serve de referência para as demais taxas do mercado.

A taxa do cheque especial foi uma das que mais subiram em julho, ao ficar em 172,4% ao ano, o maior patamar desde janeiro de 2011.

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