Economia

Atividade da construção civil cai em quarto mês consecutivo

O indicador ficou em 48,1 pontos, operando pelo quarto mês consecutivo abaixo da linha divisória dos 50 pontos


	Trabalhadores da construção civil em São Paulo: o desempenho das pequenas empresas foi o que mais contribuiu para o resultado negativo
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Trabalhadores da construção civil em São Paulo: o desempenho das pequenas empresas foi o que mais contribuiu para o resultado negativo (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 17h31.

Brasília - A atividade da construção civil teve nova queda em agosto, aponta a Sondagem Indústria da Construção, pesquisa divulgada hoje (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador ficou em 48,1 pontos, operando pelo quarto mês consecutivo abaixo da linha divisória dos 50 pontos. O índice varia de 0 a 100, sendo que as pontuações abaixo de 50 revelam uma percepção negativa.

Segundo o economista da CNI Danilo Garcia, o desempenho negativo está relacionado à desaceleração da economia como um todo. "Há uma nova situação econômica, com desaceleração do Produto Interno Bruto [PIB, soma das riquezas de um país]. É um período de adaptação, há um novo cenário. Tivemos uma expansão muito forte em 2010, que não se sustentou em 2011. Em 2012, já iniciamos o ano com uma demanda não tão grande", comentou.

Danilo Garcia disse que não há uma estimativa de reação no curto prazo e que o setor da construção espera pela retomada do crescimento do PIB.

O desempenho das pequenas empresas foi o que mais contribuiu para o resultado negativo. Elas registraram 45,7 pontos em agosto, enquanto as médias empresas marcaram 46,3 pontos e as grandes, 46,7. São consideradas pequenas as empresas que têm de 10 a 49 empregados. As médias são as que têm de 50 a 249 funcionários, e as grandes as que possuem acima de 250 trabalhadores.

A evolução do número de empregados em agosto situou-se em 49,3 pontos. Com relação a esse indicador, também houve destaque negativo para as pequenas empresas, já que elas registraram 47,6 pontos em agosto, enquanto as médias e grandes empresas cravaram 49,6 e 49,8 pontos respectivamente, aproximando-as da linha divisória dos 50 pontos.


A Utilização da Capacidade de Operação (UCO) da construção subiu um ponto percentual entre julho e agosto, de 69% para 70%. No entanto, entre as pequenas empresas, esse indicador recuou de 66% para 62% no período. "Em geral, [os pequenos empresários] têm uma dificuldade maior de se adaptar a cenários adversos", comenta Danilo Garcia.

Apesar da percepção pessimista sobre agosto, as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses são otimistas. A expectativa para a atividade nos próximos seis meses ficou em 57 pontos, enquanto a sobre novos empreendimentos e serviços alcançou 56,7 pontos.

Os empresários também esperam aumentar as compras de matérias-primas e insumos nos próximos seis meses (57,8 pontos) e voltar a contratar (56 pontos). No entanto, de acordo com o economista Danilo Garcia, "o otimismo não está tão alto como em épocas de menor desempenho".

A Sondagem da Indústria da Construção trabalha com uma amostra de 475 empresas, das quais 176 são pequenas, 186 médias e 113 grandes. As avaliações dos empresários sobre o mês de agosto foram coletadas pela CNI no período de 3 a 14 de setembro.

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaConstrução civilIndústriaIndústrias em geral

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação