* Matéria atualizada no dia 24/06 para refletir os resultados da votação
São Paulo - Game of Thrones , da HBO , pode ser uma das perdedoras com a saída do Reino Unido da União Europeia.
Com a vitória da chamada "Brexit", a série deve perder os incentivos que recebe para filmar cenas em locações da Irlanda do Norte.
Os recursos vêm do Fundo de Desenvolvimento Regional Europeu, criado para "fortalecer coesão econômica e social na União Europeia ao corrigir desequilíbrios entre suas regiões".
A série usa esse tipo de apoio para fechar um orçamento de US$ 10 milhões por episódio da 6ª temporada, em média, segundo a Entertainment Weekly.
E a Irlanda do Norte ganha desenvolvendo sua indústria criativa: o impacto direto foi de £ 65 milhões nas primeiras três temporadas e cerca de 800 pessoas foram envolvidas na produção na 3ª temporada.
Turismo
Isso sem falar no efeito divulgação. Agências de viagem fazem percursos específicos para fãs nas locações e o país recebeu 2,5 milhões de visitantes estrangeiros em 2015, um recorde histórico.
Em uma campanha de marketing no ano passado, placas foram espalhadas apontando as locações importantes. No aeroporto, adagas e espadas para os visitantes; no St. George's Market, "ovos de dragão" à venda ao lado dos ovos tradicionais.
Um fenômeno parecido aconteceu com "Lost" e a economia do Havaí. No caso de "Game of Thrones", as filmagens também acontecem na Espanha, Croácia e Malta, além da Islândia (que não é membro da UE).
Indústria criativa
Dois atores da série se manifestaram contra a Brexit: Daniel Portman, que faz o papel de Podrick Payne, e Kate Dickie, que é Lysa Arryn.
A classe artística estava em massa contra a saída. 96% dos membros da Federação de Indústrias Criativas, com sede em Londres, eram contra a Brexit, disse seu presidente John Kampfner para a Foreign Policy.
"Muitos de nós trabalhamos em projetos que nunca teriam acontecido sem financiamento da UE ou colaboração através de fronteiras. A Grã-Bretanha não é apenas mais forte na UE, ela é também mais imaginativa e criativa", diz uma carta recente assinada por gente como Jude Law e Keira Knightley.
Mas o impacto da Brexit vai muito além. Na lista de prejudicados estão bancos, já que Londres deixaria de ser o centro financeiro europeu por excelência, o comércio exterior, altamente dependente ddo bloco, e os imigrantes, o grande bode expiatório da campanha pela saída.
São Paulo – No próximo dia 23, o mundo observará com atenção aos desdobramentos do referendo que ficou conhecido como “Brexit” e que definirá se o
Reino Unido continuará membro da União Europeia (UE), o bloco econômico e político que reúne 28 países europeus. Tudo começou em 2015, com a promessa do primeiro-ministro David Cameron de realizar uma votação popular sobre o assunto. Segundo informações da rede britânica
BBC, essa era uma demanda de seus opositores, que alegavam que o país havia deixado de ter “voz” na
UE desde 1975, quando um referendo similar foi realizado e que definiu pela permanência. Nos últimos meses, essa disputa ganhou contornos importantes e virou uma grande polêmica, com direito a grupos que defendem ideias opostas. O “
Britain Stronger in Europe ” (Reino Unido mais forte na Europa), por exemplo, quer a continuidade do país na UE, enquanto o “
Vote Leave – Take Control ” (Vote pela Saída - Retome o Controle), propõe a saída. Os argumentos a favor e contra o teor do referendo são diversos. Para quem defende a permanência, a saída do bloco pode significar a perda de um milhão de postos de trabalho e de 66 milhões de libras anuais em investimentos dos países do bloco. Já os que querem a saída do país, esses acreditam que assim terão de volta o controle sobre as decisões internas e poderão gastar e investir de acordo com as suas prioridades. A população, por sua vez, está dividida. De acordo com o jornal britânico
Financial Times, que vem monitorando pesquisas de intenções de voto desde setembro do ano passado, 46% dos votantes querem seguir na UE e 43% preferem sair. A decisão final deve ser tomada pelos indecisos, que representam 12% dos entrevistados. Enquanto a decisão final não vem, acompanhe nas imagens como personalidades britânicas e internacionais, do mundo das artes e da política, vêm se posicionando sobre o assunto.
2. A favor da permanência do Reino Unido na UE 2 /18(Getty Images)
3. Stephen Hawking 3 /18(Dan Kitwood /Staff/Getty Images)
O físico britânico Stephen Hawking é uma das vozes que se posicionaram contra a saída do Reino Unido da União Europeia. Em março, o cientista se manifestou publicamente sobre o caso, dizendo que essa saída seria desastrosa não apenas do ponto de vista econômico e social, mas também científico. De acordo com Hawking, em carta divulgada pelo jornal
The Guardian, “nós (Reino Unido) recrutamos nossos melhores cientistas na europa continental, incluindo jovens que conseguiram bolsas de estudo por meio da UE e que escolheram se mudar para cá”.
4. Emma Thompson 4 /18(Carlos Alvarez/Getty Images)
A consagrada atriz Emma Thompson também se posicionou contra a saída do Reino Unido da UE. Segundo ela, em declarações divulgadas pelo jornal
The Telegraph, que disse se sentir mais europeia que britânica, essa estratégia é “loucura” e acredita que o mundo deveria estar retirando as antigas fronteiras, e não colocando novas.
5. Richard Branson 5 /18(Gustavo Caballero/Getty Images)
O irreverente empresário também é parte desse grupo contra a saída do Reino Unido do bloco. Na sua visão, o movimento poderia ser negativo para a economia do país e também poderia contribuir para um esfacelamento da UE como um todo. Seu posicionamento foi dado ao canal de televisão Sky News e divulgado pela
Reuters.
6. Sadiq Khan 6 /18(WPA Pool/Getty Images)
Recém-eleito prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan está ao lado do primeiro-ministro David Cameron nesse assunto. De acordo com uma entrevista recente concedida à revista
Time, Khan classificou a saída do país como possivelmente catastrófica, especialmente para Londres, uma vez que, segundo ele, mais de um milhão de empregos na capital britânica estão ligados ao bloco.
7. David Cameron 7 /18(WPA Pool/Getty Images)
O primeiro-ministro britânico também é contra a saída do Reino Unido do bloco e vem se manifestando sobre o assunto publicamente há meses. Nesta semana, em um
debate na televisão, ele argumentou sobre os riscos econômicos dessa manobra e que deixar um mercado de 500 milhões de pessoas seria um “ato de automutilação”.
8. Barack Obama 8 /18(Pool/Getty Images)
Em artigo publicado no jornal
The Telegraph, o presidente americano Barack Obama disse que “como amigo de vocês, me deixem dizer que o Reino Unido deixa a Europa ainda melhor” e que os britânicos deveriam se alegrar com o fato de que esse relacionamento com o bloco ajudou a espalhar os valores e práticas nacionais. Lembrou também os grandes acordos diplomáticos alcançados nos últimos meses, como o firmado com o Irã, e que teve a fundamental cooperação da UE e do Reino Unido. “Juntos, EUA, UE e Reino Unido transformaram séculos de guerras na Europa em décadas de paz”.
9. Angela Merkel 9 /18(Sean Gallup/Getty Images)
A chanceler alemã reservou alertas discretos em suas poucas manifestações sobre a saída do Reino Unido da UE.
Segundo ela, os países que estão fora do bloco tem grandes dificuldades em se engajarem nas negociações e disse esperar que os britânicos escolham por permanecer parte dessa união.
10. Contra a permanência do Reino Unido na UE 10 /18(Getty Images)
11. Roger Daltrey 11 /18(Graham Morris/Stringer)
O vocalista do The Who é uma das vozes que deseja ver o Reino Unido fora da UE. Em declarações publicadas pelo jornal britânico
The Sun, Daltrey disse duras palavras contra os líderes do bloco, chamando-os de inúteis. Além disso, disse que a filiação do país foi “desastrosa” e classificou o bloco como “não democrático e altamente disfuncional”.
12. Michael Caine 12 /18(WPA Pool/Getty Images)
O ator Michael Caine primeiro classificou a saída do Reino Unido de “assustadora”, mas assumiu o posicionamento a favor desse movimento. Em uma entrevista à rádio
BBC Radio 4, o artista disse estar cansado de “receber ordens de dezenas de servidores civis sem rosto” e que se não houvesse mudanças significativas na filiação do país, ele deveria se retirar.
13. Sol Campbell 13 /18(Getty Images)
O ex-jogador de futebol também é contra a permanência do país no bloco. Em entrevista ao jornal
The Su n, Campbell, que foi capitão da seleção britânica, disse que essa saída poderia forçar o país a apostar na formação de talentos locais, uma vez que, segundo ele, a maioria dos jogadores no país hoje são estrangeiros. “Se tivéssemos um controle maior sobre quem entra e quem sai do Reino Unido, poderíamos atrair os melhores, sem deixar entrar aqueles que não são tão bons assim”.
14. Joan Collins 14 /18(Chris Jackson/Getty Images)
A atriz também crê que o Reino Unido deve deixar a UE. “Colocamos bilhões de libras que poderiam ter sido usadas para construir novas escolas e moradias e criar mais empregos no Reino Unido”,
disse Joan. “A UE, controlada de Bruxelas (Bélgica) penas apenas em si”.
15. Boris Johnson 15 /18(Christopher Furlong/Getty Images)
O ex-prefeito de Londres Boris Johnson apoia a saída do país do bloco em um posicionamento que enfureceu o primeiro-ministro David Cameron. De acordo com ele, em informações divulgadas pelo
The Guardian, o país deveria ignorar as manifestações “catastróficas” daqueles que são a favor da permanência e que deveria seguir o modelo do Canadá, atuando sozinho em seus acordos comerciais e mantendo o controle sobre suas fronteiras.
16. Donald Trump 16 /18(Elijah Nouvelage/Getty Images)
O pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano Donald Trump não deu muitas explicações sobre o seu posicionamento, mas em entrevista concedida ao site de entretenimento
Hollywood Reporter, disse que “sim, eles deveriam sair” e disse que se ele se tornar presidente, os britânicos
não devem temer retaliações de sua parte por terem optado por deixar o bloco.
17. Marine Le Pen 17 /18(Sylvain Lefevre/Getty Images)
A deputada e presidente do partido de direita Frente Nacional também é a favor da saída do Reino Unido da UE. Em uma entrevista a um veículo italiano, divulgada pelo site
Politico, Marine disse esperar que essa saída inspire outros países a fazerem o mesmo para escapar “desse pântano”. Na sua visão, os britânicos não devem se impressionar com as migalhas propostas por Cameron, que luta por modificações nos termos da filiação do país no bloco.
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