Economia

2012 terá arrecadação menor que 2011, prevê secretário

Secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, não forneceu números, mas admitiu que as receitas do governo seguirão os indicadores de crescimento e de inflação

Secretário reconheceu que o crescimento real da arrecadação em 2011 ficou abaixo das previsões da Receita (Elza Fiúza/ABr)

Secretário reconheceu que o crescimento real da arrecadação em 2011 ficou abaixo das previsões da Receita (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 12h56.

Brasília – A desaceleração da economia se refletirá em crescimento menor da arrecadação em 2012, disse hoje (27) o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. Ele não forneceu números, mas admitiu que as receitas do governo seguirão os indicadores de crescimento e de inflação, que subirão menos neste ano.

“Como não temos indicadores macroeconômicos ainda para definir projeções para 2012 com segurança, podemos dizer que a arrecadação deverá ter comportamento bastante aderente aos indicadores de crescimento e de inflação A arrecadação continuará crescendo junto com a economia, naturalmente a taxas menores que 2011, mas sempre aumentando”, declarou o secretário ao comentar a arrecadação federal no ano passado.

O secretário também reconheceu que o crescimento real da arrecadação em 2011, que aumentou 10,1% descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou abaixo das previsões da Receita. Até novembro, o órgão projetava que a arrecadação fecharia o ano com expansão real entre 11% e 11,5%. “Em termo dessa expectativa, nesse sentido sim, houve inclinação [para baixo] da curva [de crescimento da arrecadação] maior que o esperado”, declarou Barreto.

Apesar da desaceleração no segundo semestre que interferiu nas receitas do ano, o secretário disse estar satisfeito com o resultado da arrecadação, que em 2011 registrou o maior crescimento real dos últimos quatro anos. Em 2010, a arrecadação federal subiu 9,78% em relação ao ano anterior descontado o IPCA, contra retração de 0,38% em 2009 e expansão de 7,68% em 2008.

Para o secretário, as medidas tomadas no ano passado para conter a atividade econômica influenciaram o caixa do governo, mas fatores extraordinários, como o recolhimento de tributos por sentenças judiciais e o parcelamento de dívidas com a União, conhecido como Refis da Crise, ajudaram a conter a desaceleração. “A arrecadação em 2011 reflete as medidas macroprudenciais, que levaram a desaquecimento paulatino da economia”, avaliou.

A desaceleração se intensificou nos dois últimos meses do ano. Em dezembro, a arrecadação ficou 2,69% menor que no mesmo mês de 2010, descontado o IPCA. De acordo com o coordenador de Previsão e Análise da Receita, Marcelo de Mello Gomide, a retração foi provocada por fatores atípicos que elevaram a arrecadação no último mês de 2010.

Em dezembro de 2010, lembrou o coordenador, um banco público depositou na Justiça R$ 4 bilhões de Pasep e entidades financeiras depositaram R$ 2 bilhões de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). No fim de 2010, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis aumentou, o que levou consumidores a antecipar as compras e elevou a arrecadação do tributo naquele mês.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoDados de BrasilDesenvolvimento econômicoImpostosLeãoreceita-federal

Mais de Economia

Preço da carne tem maior alta mensal em 4 anos, mostra IPCA de outubro

Número de pessoas que pediram demissão em 2024 bate recorde, diz FGV

Inflação de outubro acelera e fica em 0,56%; IPCA acumulado de 12 meses sobe para 4,76%

Reforma Tributária: empresas de saneamento fazem abaixo-assinado contra alta de imposto