Economia

Argentina tem que se livrar de uma dívida que a asfixia, diz ministro

Missão do Fundo Monetário Internacional chegou nesta quarta-feira à Argentina para definir a reestruturação da dívida do país

Alberto Fernandez  Martin Guzman: ministro da economia disse que "condição absolutamente necessária para romper a dinâmica da recessão na Argentina é se livrar de uma dívida" (Mario De Fina/NurPhoto/Getty Images)

Alberto Fernandez Martin Guzman: ministro da economia disse que "condição absolutamente necessária para romper a dinâmica da recessão na Argentina é se livrar de uma dívida" (Mario De Fina/NurPhoto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 07h25.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2020 às 07h26.

São Paulo — O ministro da economia da Argentina, Martín Guzmán, disse nesta quarta-feira, 12, em audiência no Congresso, que é preciso "tirar de cima do país uma dívida que o asfixia" e que a palavra que vai ditar o plano macroeconômico do atual governo é "sustentabilidade".

"Não vamos permitir que fundos estrangeiros ditem nossa pauta macroeconômica", declarou Guzmán, tirando aplausos dos parlamentares que escutavam as falas do ministro sobre a dívida do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Não há pior alternativa do que austeridade fiscal em uma recessão", acrescentou.

Durante a apresentação do plano fiscal do governo de Alberto Fernández, o ministro da Economia disse que uma "condição absolutamente necessária para romper a dinâmica da recessão que se aprofunda na Argentina é se livrar de uma dívida que não se pode pagar" e que para "virar a página", disse Guzmán, "temos que assumir compromissos que podemos cumprir". O ministro afirmou, no entanto, que a negociação com o FMI segue em "crescente entendimento mútuo".

Em mais de uma hora de discurso, Guzmán enfatizou a necessidade de alterar as condições de negociação com o FMI, que foram firmadas pelo ex-presidente Mauricio Macri, em um empréstimo de US$ 57 bilhões.

Segundo ele, o governo Fernández pretende alcançar uma solução sustentável que permita "crescer e manter esse crescimento".

Segundo o ministro, o FMI também é responsável pela crise que a Argentina enfrentou e enfrenta ainda hoje. "Muitas vezes perguntam se a Argentina vai oferecer uma oferta amigável ou agressiva. O enfoque não é este. O enfoque é uma oferta sustentável", afirmou Guzmán, acrescentando que o país "vai testar a arquitetura financeira internacional".

Uma missão do Fundo Monetário Internacional chegou nesta quarta-feira à Argentina para definir a reestruturação da dívida do país, como pretende o presidente Alberto Fernández, peronista de centro esquerda que está há dois meses no poder.

Acompanhe tudo sobre:Alberto FernándezAmérica do SulArgentinaFMI

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega