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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h38.
O governo argentino definiu os prazos para encerrar a moratória de sua dívida. A Argentina fará entre setembro e dezembro a renegociação de sua dívida pública com credores privados que o país deixou de pagar no início de 2002, disse o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
O "default" da Argentina, o maior da história, foi de uma dívida estimada em US$ 95 bilhões, decretada em janeiro de 2002, após a posse do ex-presidente Eduardo Duhalde, que chegou ao cargo depois de a população derrubar quatro presidentes. Após a desvalorização da moeda e a conversão da economia local dolarizada para pesos, a dívida soma atualmente US$ 60 bilhões.
As opções estudadas por Lavagna para reestruturar a dívida incluem uma redução de capital, aumento dos prazos e redução de taxas de juros.
Há apenas dez dias no poder, o presidente da Argentina, o peronista Néstor Kirchner, pediu nesta semana que o Congresso ajuize "um ou vários" juízes da Suprema Corte leais ao ex-presidente Carlos Menem. Na última semana, o presidente dispensou a cúpula das Forças Armadas e destituiu 80% dos mais altos chefes da polícia federal.
Ex-governador de uma Província na Patagônia, Kirchner chegou ao poder no com apenas 22% dos votos após Menem ter desistido do segundo turno.
Kirchner assumiu em 25 de maio com a promessa de fazer da Argentina "um país normal e sério". Em sua primeira mensagem transmitida pela TV desde que assumiu, Kirchner acusou alguns membros da Suprema Corte de tornar o país "refém" em nome de benefício próprio. "Ninguém sabe ... qual é a extorsão da Corte à qual se refere Kirchner", disse Julio Nazareno, presidente da Suprema Corte, nomeado juiz durante a gestão de Menem (1989-1999).
No ano passado, a Suprema Corte conseguiu forçar o ex-presidente Eduardo Duhalde e o Congresso a abandonar uma investigação sobre corrupção contra os juízes. Os magistrados rejeitaram a proposta do governo promover restrições orçamentárias no país.