Economia

Argentina pesa na piora da balança comercial brasileira

A crise econômica na Argentina e as barreiras comerciais impostas pela presidente Cristina Kirchner devem agravar a piora da balança comercial brasileira


	Contêineres no porto de Santos: nos primeiros três meses deste ano, as vendas do Brasil para a Argentina caíram 6%. No ano passado, o tombo foi de 20,7%
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Contêineres no porto de Santos: nos primeiros três meses deste ano, as vendas do Brasil para a Argentina caíram 6%. No ano passado, o tombo foi de 20,7% (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 12h45.

Brasília - A crise econômica na Argentina e as barreiras comerciais impostas pela presidente Cristina Kirchner devem agravar a piora da balança comercial brasileira. Nos primeiros três meses deste ano, as vendas do Brasil para o país vizinho caíram 6%. No ano passado, o tombo foi de 20,7%.

Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, o Brasil tem tido uma "paciência bovina" com a Argentina que está custando muito caro para as exportações brasileiras e o crescimento do País. Ele alerta que a presidente Dilma Rousseff precisa reagir e ter uma ação dura com o governo argentino.

Segundo ele, a Argentina está vivendo uma crise muito grande e corre o risco de ter um colapso cambial em breve.

Por isso, o governo Kirchner está se defendendo, colocando barreiras comerciais e fazendo um ajuste "em cima do Brasil". "Uma das razões do pibinho brasileiro do ano passado foi a exportação muito menor para Argentina devido a essa política maluca deles", avalia.

Na prática, porém, Dilma e Cristina se aproximam cada vez mais. Ainda no primeiro ano de governo, a presidente brasileira aceitou sugestão da colega argentina e elevou a tarifa de importação para mais de cem produtos.

Ele destaca ainda que a Argentina tem bloqueado acordos com outros países. "O Mercosul é um tratado de integração comercial, então, o Brasil não consegue fazer negociações com outros países porque o Argentina bloqueia as negociações."

Na sua avaliação, essa passividade do Brasil já chegou na fase do abuso, porque as empresas brasileiras estão tendo dificuldades na Argentina, como já ocorreu com a Vale e a Petrobrás. Para ele, se a economia argentina entrar em colapso, o crescimento doPIB brasileiro deve ficar abaixo do previsto 3%.

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