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Aprovação da Previdência pode ser virada na economia, diz Mario Mesquita

Para o economista Itaú, o país deverá continuar debatendo as reformas em 2019, mas a volatilidade cambial deve diminuir já durante o segundo turno

Mario Mesquita: (Sarah Pabst/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 17h00.

Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 17h00.

A aprovação da reforma da Previdência seria o sinal da virada para o Brasil, diz o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, para quem a economia só deverá começar a se recuperar quando houver uma definição da agenda de reformas — não necessariamente a aprovação, mas ao menos a configuração das propostas e seu andamento no Congresso.

Para o economista do maior banco privado brasileiro, o país deverá continuar debatendo as reformas ao longo do segundo trimestre de 2019, mas a volatilidade cambial deve diminuir já durante o segundo turno das eleições presidenciais.

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O investidor estrangeiro está cauteloso, mas não com má vontade em relação ao Brasil. “Muitos descrevem o trabalho do investidor como operar entre a ganância e o medo.

O preço caiu tanto que a ganância começa a falar mais do que o medo", disse o ex-diretor do Banco Central, em entrevista no escritório da Bloomberg.

Segundo Mesquita, metade da depreciação do câmbio é consequência da incerteza sobre o futuro da agenda de reformas. Caso contrário, ele estima que o dólar estaria entre R$ 3,50 e R$ 3,60.

O outro fator que pesa sobre a moeda local é o ambiente externo de volatilidade entre os emergentes, em razão do processo de alta de juros pelo Federal Reserve, diante do crescimento econômico dos EUA.

A guerra comercial travada pelo governo de Donald Trump por ora teve impacto limitado no Brasil, mas pode “bater na porta” no ano que vem com pressão externa para o país abrir a economia. "O ideal seria que o Brasil tomasse a liderança desse processo e não sob influência de uma negociação."

Sobre a política monetária local, caso a taxa de câmbio se estabilize num patamar que leve a projeções de inflação inconsistentes com a meta de inflação, o BC começaria a reduzir o grau de estímulos monetários.

"Se o dólar ficar onde está hoje, por exemplo, essa pressão não se materializaria e as projeções seguiriam bem comportadas", disse.

Ele prevê que a Selic deve ser mantida no atual patamar até meados de 2019, sendo que o câmbio é o fator de risco mais importante e capaz de deslocar a inflação num ambiente de economia ainda lenta.

Para Mesquita, a manutenção de Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central pelo novo governo seria bem recebida pelo mercado, em razão do bom trabalho que vem fazendo à frente do órgão.

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