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Aposta arrojada para Copom renasce com melhora de expectativa

A aposta em corte mais discreto segue majoritária, graças ao recado do último relatório de inflação do Banco Central

BC: nesta manhã, o Banco Fibra revisou sua previsão de corte do juro básico de 1 pp para 1,25 pp, mesma estimativa do Modal Asset (Gustavo Gomes/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2017 às 17h07.

São Paulo - A dois dias da decisão do Copom , operadores e economistas do mercado convergem na expectativa de que o corte da Selic vai passar de 0,75 pp para 1 pp.

A aposta em corte mais discreto segue majoritária, graças ao recado do último relatório de inflação do Banco Central, de que uma eventual intensificação do ritmo de corte seria moderada.

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Entretanto, a queda da inflação projetada para 2018 na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, aliada a um dado de inflação muito abaixo do previsto, derruba os juros futuros e leva uma parte do mercado a considerar uma redução mais ousada, de 1,25 pp.

O mercado de juros futuros projeta um corte de 104,92 pontos no Copom desta semana, o que indica pouco mais de 80% de chances de uma redução de 1 pp e perto de 20% de chance de 1,25 pp. A Selic está atualmente em 12,25% ao ano.

Nesta manhã, o Banco Fibra revisou sua previsão de corte do juro básico de 1 pp para 1,25 pp, mesma estimativa do Modal Asset.

O mercado passou a colocar um pouco mais de fichas em um corte maior da Selic após a pesquisa Focus, mostrar a expectativa mediana do mercado para o IPCA em 2018 abaixo do centro da meta de 4,5%, pela primeira vez depois de 36 semanas. Além disso, o IGP-M revelou uma deflação mais aguda do que o previsto na 1ª prévia do mês.

Um corte de 1,25 pp da Selic não seria incompatível com o sinal de intensificação moderada de ritmo do BC, diz Cristiano Oliveira, economista do Fibra.

Ele considera que, nos últimos 45 dias, houve forte melhora das expectativas inflacionárias e -1,25 pp hoje tem o mesmo significado que -1 pp teria antes.

Para Oliveira, além da melhora das expectativas na Focus, a deflação do IGP-M mostra que há mais desaceleração “contratada” para o IPCA à frente.

Além disso, lembra o economista, a recuperação da atividade está mais fraca do que o esperado e, com a expectativa de aprovação da reforma da Previdência, o dólar deve cair mais, gerando nova pressão de baixa para a inflação.

Reformas como a da Previdência foram citadas pelo próprio BC como um dos fatores determinantes para o chamado juro estrutural, que permite à economia evoluir com equilíbrio e cujo nível será fundamental para a própria Selic.

A maioria dos analistas, mesmo com a surpresa positiva recente no campo inflacionário, mantém a previsão de corte de 1 pp, em parte devido ao último relatório de inflação.

“O BC já foi muito claro no relatório ao mostrar que deve haver uma intensificação moderada do ritmo de corte do juro”, diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

“Não acho que o conjunto de informações após o relatório de inflação foi suficiente para alterar sinalização do Copom. A inflação está bem, a atividade começa a se estabilizar”, diz Mauricio Oreng, estrategista do banco Rabobank no Brasil.

Alguns bancos que mantêm a estimativa de corte de 1 pp da Selic, no entanto, consideram que o BC reagirá à melhora das expectativas inflacionárias promovendo um ciclo maior ou mais profundo de alívio monetário.

O Banco Santander, por exemplo, revisou de 9,75% para 8,5% sua previsão de Selic para o fim de 2017, mesmo mantendo em 1 pp a estimativa de redução nesta semana.

“O BC telegrafou a decisão quando falou em intensificação moderada; qualquer coisa diferente do -1 pp é surpresa”, diz David Beker, chefe de economia e estrategista do BofAML.

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