Economia

Após fim da greve, gasolina volta a subir nas refinarias

Durante a greve, o preço caiu 6,4%; nos últimos dias, já subiu 3% de novo

Greve de caminhoneiros causa desabastecimento de combustível em postos de gasolina da cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Greve de caminhoneiros causa desabastecimento de combustível em postos de gasolina da cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2018 às 11h17.

Rio - A greve dos caminhoneiros colocou em xeque a política de preços da Petrobras e levou a estatal a congelar o valor cobrado pelo diesel nas refinarias, mas os reajustes diários da gasolina seguem a todo vapor. Ontem, o litro da gasolina tipo A passou a R$ 2,0113 nas refinarias da Petrobrás, alta de 2,2% em relação aos preços de quinta e Sexta-feira.

Foi a segunda elevação seguida na gasolina, depois de cinco quedas. Ao longo da semana em que os protestos dos caminhoneiros pararam estradas em diversos pontos do País, o combustível acumulou redução de 6,4%. Com as elevações da última quinta-feira até ontem, a alta acumulada ficou em 3%.

Em outubro de 2016, cinco meses após a chegada do ex-presidente Pedro Parente à Petrobrás, a estatal anunciou mudanças em sua política de preços. Um comitê de executivos foi formado apenas para definir valores, que passaram a ser alinhados aos preços internacionais, incluindo a variação cambial.

A primeira decisão do comitê foi por baixar os preços nas refinarias, já que, desde o início de 2016, a cotação do barril de petróleo vinha em queda.

Até outubro daquele ano, enquanto o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff provocava a mudança do governo federal, a Petrobrás manteve seus preços, aproveitando para engordar o caixa. Só que a redução dos preços lá fora incentivou distribuidoras privadas a importar combustíveis, já que a Petrobrás, única produtora nacional de derivados, comanda os preços domésticos. A estatal reduziu os preços para não perder mercado.

Em julho de 2017, a Petrobrás introduziu os reajustes diários. A lógica da política ficou mantida, conforme o anunciado em outubro de 2016, mas a estatal passou a anunciar o valor nas refinarias a cada dia.

Não é possível saber se os movimentos recentes na gasolina chegaram ao consumidor nos postos, pois a Agência Nacional de Petróleo (ANP) ainda não publicou em seu site o levantamento de preços referente à semana iniciada na última segunda-feira, dia 28. Na semana até o sábado, dia 26, o litro da gasolina nos postos custava R$ 4,435 na média nacional.

A diferença em relação aos valores cobrados pela Petrobrás nas refinarias se deve aos impostos e às margens de distribuição. Segundo a própria estatal, o preço na refinaria responde por 33% do valor na bomba. Tributos federais são 15%, enquanto o ICMS, imposto estadual, pesa 28%, na média nacional. O etanol adicionado à mistura da gasolina responde por 12%, enquanto os outros 12% se referem às margens de distribuição e revenda desse produto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CaminhoneirosCombustíveisGasolinaGrevesPetrobras

Mais de Economia

Lula se reúne com ministros nesta quinta e deve fechar pacote de corte de gastos

Equipe econômica acompanha formação de governo Trump para medir impactos concretos no Brasil

Pacote de corte de gastos ainda está em negociação, afirma Lula

Copom eleva Selic em 0,5 pp, para 11,25% ao ano, e sinaliza novas altas de juros