Apesar do PIX, circulação de dinheiro aumentou 16,7% desde 2019
Em entrevista à EXAME, diretora de Administração do BC, Carolina Barros, afirmou que pandemia elevou demanda por cédulas e moedas
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 29 de novembro de 2023 às 06h07.
Mesmo com a facilidade de pagar e receber dinheiro com o Pix, a quantidade de cédulas e moedas em circulação no Brasil cresceu significativamente desde 2019, com a pandemia do coronavírus.O total de dinheiro passou de R$ 280 bilhões em dezembro de 2019 para R$ 327 bilhões em 2023, uma alta de 16,7%.
A demanda por papel moeda foi tão grande na pandemia que o volume em circulação passou de R$ 280 bilhões, no fim de 2019, para R$ 370 bilhões, em dezembro de 2020.Esse incremento de R$ 90 bilhões representou uma elevação de 32,1%.
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Em entrevista exclusiva à EXAME, a diretora de Administração do Banco Central (BC), Carolina de Assis Barros, explica que historicamente, no fim e no início de cada mês ocorrem pagamentos de salário, pensões e benefícios. Com isso, o trabalhador paga boletos, faz compras e esse dinheiro retorna para instituições financeiras. Entretanto, a pandemia rompeu esse ciclo.
LEIA NA ÍNTEGRA:“Dinheiro em espécie ainda é a base das transações no Brasil”, diz diretora de Administração do BC
“O Banco Central olha para o pulso da economia, para o ritmo da atividade e regular essa quantidade de dinheiro. Se a população demanda mais dinheiro, o Banco Central tem que colocar mais dinheiro. Em 2020, essa curva estoura. Em época de incerteza, dinheiro é segurança. E se eu tenho medo do que está acontecendo, eu vou no banco, eu vou sacar e eu vou manter dinheiro em casa. De fato. Isso é uma das coisas que aconteceu. Isso ocorreu com a população esclarecida. Conheço pessoas que sacaram R$ 6 mil, R$ 10 mil para deixar em casa”, diz.
Falsificação em queda
O volume de falsificações de cédulas e moedas no Brasil caiu 50% em comparação com 2018, afirmou Carolina. Segundo ela, como o tema é sensível, não é possível detalhar esse trabalho, realizado por meio de convênio com a Polícia Federal.
“A maior parte das falsificações é muito grosseira e é visível ao olho humano. Não é nada muito sofisticado. É importante que os brasileiros aprendem três elementos de segurança, ainda mais se é uma denominação alta. E não pode ter vergonha de recusar. Não é vergonhoso conferir, não é vergonhoso recusar se eu tiver dúvida, porque senão o cidadão será lesado”, diz.