Mesmo com o fraco desempenho da economia americana em julho, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, deve elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 1,5% ao ano, nesta terça-feira (9/8). O baixo número de empregos criados no mês passado e o explosivo reajuste da energia devem dominar os debates no Fed, mas não serão suficientes para impedir um novo aumento dos juros. Segundo analistas de mercado, há 90% de chance de que o Fed eleve a taxa amanhã.

Conforme o jornal britânico Financial Times, os números da economia americana já começam a reduzir as expectativas sobre a continuidade da elevação dos juros. Para setembro, por exemplo, o mercado considera que há 50% de chances de que uma nova alta ocorra. "Podemos ver um cenário em que o Fed tome um pouco de fôlego e, talvez, prossiga com os aumentos depois", afirma o economista-chefe do Goldman Sachs, William Dudley.

No mês passado, foram abertas 32 mil novas vagas nos Estados Unidos, contrariando as expectativas do mercado, que estimava uma criação de 230 mil postos. Na última sexta-feira (6/8), além disso, os preços do petróleo sofreram outra violenta alta. Antes dos números de julho, as informações mensais vinham sendo coerentes com as avaliações do presidente do Fed, Alan Greenspan, que afirma que o recuo econômico é temporário e causado pela alta do petróleo. Em maio, vários analistas comparavam o ciclo de desenvolvimento vivido pelos americanos à expansão do país na década de 50, que o colocou na liderança da economia mundial (Clique aqui e leia reportagem da revista EXAME sobre os sinais de recuperação dos Estados Unidos).

O mercado acredita que é pouco provável que o desempenho do país, em julho, impeça o Fed de elevar os juros, por entender que as linhas gerais da economia estão intactas. Contudo, técnicos do Fed têm alertado sobre o possível significado das poucas vagas criadas no mês passado. Ele alertam para o risco de que isso comprometa a duração da retomada econômica dos Estados Unidos.