Apesar do 2019 decepcionante, confiança na indústria está com tudo
Sondagens de clima de CNI e FGV divulgadas nesta quarta-feira devem mostrar que, apesar dos maus números do ano passado, setor está otimista
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 06h19.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 07h34.
São Paulo — Apesar de os indicadores de atividade da indústria terem terminado 2019 em queda, a confiança dos empresários do setor começou 2020 com tudo. Nesta quarta-feira, 19, dois indicadores vão mostrar se o otimismo continua.
Às 8h, a Fundação Getúlio Vargas divulga o Índice de Confiança da Indústria (ICI) de fevereiro. Mais tarde, às 10h, a Confederação Nacional da Indústria lança o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do mesmo mês.
Ambos medem a situação atual e as expectativas para os próximos seis meses por meio de perguntas qualitativas sobre fatores como capacidade instalada, mão-de-obra, demanda e estoques.
O resultado anterior do ICI, o índice de confiança da indústria, mostrou em janeiro que a confiança começou 2020 mantendo a tendência de recuperação iniciada em outubro de 2019. Isso mesmo com a demanda ainda insatisfatória, segundo a FGV .
Já o resultado do ICEI, de confiança do empresário, foi ainda mais animador em janeiro. O índice ficou 10,5 pontos acima da sua média histórica e atingiu o nível mais elevado em quase uma década.
Na vida real, a expectativa otimista ainda está longe de se concretizar e a produção segue muito abaixo do pico do setor, em 2011. A indústria fechou 2019 com queda de 1,1% na produção, pior que o esperado e interrompendo dois anos seguidos de ganhos.
A queda geral foi puxada sobretudo pela mineração, impactada pela tragédia do rompimento de barragens da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, em janeiro de 2019. Em dezembro, a indústria apresentou queda da produção de 0,7% ante novembro.
A esperança é que a indústria se beneficie de uma retomada geral na economia prevista para os próximos anos.
A expectativa do mercado, captada pelo Boletim Focus do Banco Central, é de recuperação daqui em diante com altas anuais de 2,33% em 2020 e 2,5% em 2021, segundo a última projeção, divulgada nesta segunda-feira, 17. Se os números se confirmarem, os empresários terão alguns bons motivos para ficar confiantes.