Economia

Anefac: Selic a 10,75% terá efeito reduzido no crédito

São Paulo - A alta de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia (Selic), anunciada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), terá um efeito reduzido nas operações de crédito. A avaliação é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que projetou o impacto da elevação da Selic, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - A alta de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros da economia (Selic), anunciada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), terá um efeito reduzido nas operações de crédito. A avaliação é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que projetou o impacto da elevação da Selic, de 10,25% para 10,75% ao ano, sobre as taxas cobradas de consumidores e empresas.

De acordo com a Anefac, o efeito será pequeno porque "existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas cobradas ao consumidor que, na média da pessoa física, atingem 122,71% ao ano". A diferença entre a Selic e o que é efetivamente cobrado das empresas também é grande.

Pelas projeções da Anefac, a alta da Selic para 10,75% ao ano fará os juros cobrados no comércio subirem de 98,50% para 99,40% ao ano. A taxa média do cartão de crédito passará de 238,30% para 239,77% ao ano. No caso do cheque especial, a alta da Selic fará a taxa de juros subir de 138,18% para 139,24% ao ano.

As operações de crédito em bancos e financeiras também ficarão um pouco mais caras para o consumidor. A taxa de juros média do crédito direto ao consumidor (CDC) oferecido por bancos para a compra de automóveis subirá de 34,17% para 34,80% ao ano. Já o empréstimo pessoal realizado em bancos passará de 76,94% para 77,75% ao ano. Nas financeiras, os juros médios dos empréstimos pessoais passarão de 213,16% para 214,53% ao ano.

Na prática, as altas projetadas indicam pequenos aumentos, em reais, para o consumidor. De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac, com a Selic em 10,75% ao ano, o consumidor que for financiar a compra de uma geladeira em 12 vezes (zero de entrada mais 12 prestações) pagará parcelas mensais de R$ 178,13 (juros de 5,92% ao mês ou 99,40% ao ano). Antes da mudança, com a Selic em 10,25% ao ano, as prestações eram de R$ 177,74 (5,88% ao mês ou 98,50% ao ano).

Empresas

Entre as pessoas jurídicas, o impacto do aumento da Selic também será pequeno. Nos cálculos da Anefac, a taxa média de juros em operações de capital de giro subirá de 46,10% para 46,78% ao ano. Os juros das linhas de desconto de duplicatas passarão de 46,27% para 46,96% ao ano. Em operações de desconto de cheques, a taxa média irá de 47,47% para 48,16% ao ano. No caso da conta garantida, a taxa subirá de 82,90% para 83,73% ao ano.

Em uma operação de capital de giro no valor de R$ 50 mil com prazo de 90 dias, exemplifica a Anefac, uma empresa pagará, após o aumento da Selic, R$ 5.035,15 de juros (taxa de 3,25% ao mês ou 46,78% ao ano). Com a Selic anterior, o encargo era de R$ 4.971,22 (3,21% ao mês ou 46,10% ao ano).

 

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