Economia

Aneel avalia que leilão de energia nova A-4 foi um sucesso

Eles salientaram que os preços acertados também são competitivos e expressivos no mercado internacional

Energia: leilão resultou na contratação de 39 novos empreendimentos de geração (Ueslei Marcelino/Reuters)

Energia: leilão resultou na contratação de 39 novos empreendimentos de geração (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2018 às 19h43.

São Paulo - O leilão de energia nova A-4 realizado na manhã desta quarta-feira, 4, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e que resultou na contratação de 39 novos empreendimentos de geração, com potência de 1.024 MW e um deságio médio de 59,07%, foi considerado um sucesso pelas autoridades governamentais.

"Estamos satisfeitos com o resultado", disse o diretor da agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Tiago de Barros Correia, durante coletiva de imprensa para comentar os resultados do certame, destacando o fato de que foi possível fechar a contratação de toda a demanda indicada pelas distribuidoras com um "desconto expressivo". A declaração foi ratificada pelo secretário Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo.

Eles salientaram que os preços acertados - da ordem de R$ 67,6/MWh na média para projetos de energia eólica e de R$ 118,07/MWh para energia solar, com deságio de 73,5% e 62%, respectivamente - também são competitivos e expressivos no mercado internacional, considerando valores da ordem de US$ 20/MWh a US$ 35/MWh.

Os executivos minimizaram um potencial impacto do cenário político tenso no certame, lembrando que o processo preparatório dos empreendedores para o leilão inicia-se com cinco a seis meses de antecedência, a partir de quando também são feitas as contas projetando os lances possíveis, enquanto a energia comercializada deve ser entregue daqui a quatro anos. Portanto, o cenário precisa considerar mudanças de governo e no cenário macroeconômico.

Ainda assim, para ele, a realização bem sucedida do leilão, no dia em que todos os olhos estão voltados para uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a possível prisão do ex-presidente Lula, "mostra uma resiliência grande do setor elétrico".

"O setor aprendeu a confiar em instituições perenes", disse, citando as entidades ligadas ao Ministério de Minas e Energia, incluindo a própria Aneel, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a CCEE, interfaces relacionadas à realização do leilão e posterior acompanhamento dos projetos.

Embora tenha salientado a redução dos preços observada no leilão, Correia disse não acreditar que os valores de energia eólica verificados possam ser considerados um novo valor médio para a fonte. Isso porque foram contratados apenas quatro projetos, provenientes de um mesmo proprietário, denominado "Folha Larga". Para ele, o patamar médio de preço da energia eólica deve variar entre os R$ 70/MWh e os R$ 108/MWh.

Azevedo também considerou que o preço praticado no leilão de hoje pode ser considerado como o piso, no caso da energia solar. Segundo ele, o preço médio real solar fica na faixa entre R$ 118 e R$ 145 por MWh.

Seja como for, os preços têm ficado abaixo do custo marginal da expansão estabelecido no plano decenal, destacou o diretor de estudos de energia elétrica da EPE, citando que o valor indicado no documento era da ordem de R$ 207/MWh. "Essa é uma indicação de quanto auspicioso foi o resultado do leilão", comentou.

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