Economia

Aneel aprova reajuste de 42,19% nas tarifas da Ampla Energia

Para consumidores residenciais, o aumento será de 36,41%, e para grandes consumidores, como indústrias, de 56,15%


	Energia elétrica: a Ampla atende 2,5 milhões de unidades consumidoras em 66 municípios do Rio de Janeiro
 (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

Energia elétrica: a Ampla atende 2,5 milhões de unidades consumidoras em 66 municípios do Rio de Janeiro (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2015 às 15h05.

Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 10, um reajuste médio de 42,19% nas tarifas da Ampla.

Para consumidores residenciais, o aumento será de 36,41%, e para grandes consumidores, como indústrias, de 56,15%.

As novas tarifas valem a partir de domingo, dia 15.

A Ampla atende 2,5 milhões de unidades consumidoras em 66 municípios do Rio de Janeiro, entre os quais Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Magé.

A Ampla não participou do processo de revisão tarifária extraordinária de 27 de fevereiro, quando a Aneel aprovou um reajuste médio de 23,4% para as distribuidoras de todo o País.

Devido à proximidade da data do reajuste anual da Ampla, que ocorre em 15 de março, a Aneel optou por fazer um único aumento, de uma só vez. Essa é a razão do elevado índice de reajuste aprovado pela agência para a Ampla hoje.

Portanto, diferentemente do que foi feito com as demais distribuidoras, o reajuste da Ampla aprovado hoje vai repassar todos os custos que oneraram as empresas nos últimos meses, como o aumento das tarifas de Itaipu, o fim dos subsídios do Tesouro ao setor elétrico, o empréstimo que socorreu o setor no ano passado e o aumento do custo da energia, que subiu devido à seca e ao maior uso das usinas térmicas.

"A Ampla é um caso único, particular", disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. "A Ampla terá o impacto somado (dos custos da revisão extraordinária e do reajuste ordinário anual)", explicou.

Do total do reajuste tarifário da Ampla, de 42,19% em média, 15,07 pontos porcentuais se devem ao fim dos aportes do Tesouro para bancar programas sociais, como o Luz para Todos e a Tarifa Social da baixa renda.

Distribuidoras

Outro impacto relevante no reajuste é o empréstimo firmado no ano passado para socorrer as distribuidoras, de R$ 17,8 bilhões. Do total do reajuste da Ampla, 11,23 pontos porcentuais estão relacionados ao pagamento desse financiamento, que será feito por meio da conta de luz, ao longo dos próximos dois anos.

Embora o governo queira ampliar o prazo de pagamento desse empréstimo, a negociação com os bancos ainda não foi concluída.

Segundo o diretor André Pepitone, caso o acordo seja firmado, os consumidores da Ampla serão beneficiados "imediatamente", ou seja, as tarifas terão uma redução.

Custo de energia

O aumento do custo da energia teve um impacto de 10,13 pontos porcentuais no reajuste da empresa.

Nesse caso, o maior efeito veio do aumento da tarifa de Itaipu, que subiu 46% em 1º de janeiro, mas a conta também inclui a energia gerada pelas usinas térmicas, mais cara do que a das hidrelétricas.

As 58 distribuidoras que já tiveram a revisão extraordinária no fim de fevereiro passarão, depois, pelo reajuste ordinário, feito uma vez por ano. Caso da Eletropaulo, em julho, e da Light, em novembro. A maioria das companhias passará por dois reajustes no ano.

Esses reajustes não incluem o custo das bandeiras tarifárias, sistema que passou a valer neste ano e repassa mensalmente o custo de geração da energia para o consumidor.

Com a bandeira vermelha, o custo adicional é de R$ 5,50 a cada 100 quilowatt-hora de consumo (kWh). O consumo médio da família brasileira é de 163 kWh.

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