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Analistas alertam que petróleo pode cair para US$ 40

Como a escalada do petróleo está perdendo impulso, cada vez mais analistas projetam que a próxima movimentação do mercado será uma nova queda

Barris de petróleo: preços do petróleo Brent quase dobraram entre janeiro e junho (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 17h06.

Como a escalada do petróleo está perdendo impulso, cada vez mais analistas projetam que a próxima movimentação do mercado será uma nova queda para US$ 40 por barril.

Os preços do petróleo Brent quase dobraram entre janeiro e junho, um sinal de que os mercados finalmente estavam se curando, em um momento em que a queda da produção dos EUA, o aumento da demanda e distúrbios da Nigéria ao Canadá contribuíam para eliminar o excedente mundial da produção.

Agora, com a oscilação do consumo e com a volta das ofertas que estavam interrompidas, vários analistas, do BNP Paribas à JBC Energy, alertam que os preços podem cair mais uma vez.

Embora todos concordem que o pior do excedente de petróleo que derrubou os preços para o menor patamar em 12 anos já passou, a Agência Internacional de Energia (AIE) alertou nesta semana que “o caminho à frente está longe de ser tranquilo”.

Os estoques estão transbordando depois de dois anos de produção excedente e a demanda dos EUA por gasolina — o principal impulsor dos preços no verão do Hemisfério Norte — está decepcionando.

Barris indesejados se amontoam e os comerciantes foram obrigados a acumular a maior quantidade de petróleo em navios-tanque no mar desde 2009, de acordo com a agência com sede em Paris.

“Por enquanto, o caminho de menor resistência para os preços do petróleo é para baixo”, disse Mike Wittner, diretor de pesquisa de mercado de petróleo do Société Générale em Nova York, por telefone.

“Mesmo tendo passado da abundância para um mercado equilibrado, nossa cautela no curto prazo se deve a que os estoques continuam altos e ao petróleo voltando após as interrupções”.

Retorno da oferta

As interrupções da oferta que ajudaram a elevar o preço do petróleo acima de US$ 50 nos últimos meses estão desaparecendo.

Os produtores das areias betuminosas do Canadá retomaram a maior parte da produção que foi interrompida quando incêndios ameaçaram as instalações em maio e provocaram um corte de mais de 1 milhão de barris por dia, ou cerca de 40 por cento da oferta.

A Nigéria, país membro da Opep, reativou parte da produção em junho depois que atentados a reduziram ao menor total em três décadas, disse a AIE.

“Fatores imprevistos do lado da oferta deixaram o mercado perto do equilíbrio no segundo trimestre e mais uma vez são fatores do lado da oferta que vão impedir esse equilíbrio no curto prazo”, disse Harry Tchilinguirian, diretor de pesquisa sobre commodities do BNP Paribas em Londres, por e-mail.

“Estamos projetando uma volta a US$ 40 ou menos” para a referência dos EUA, o West Texas Intermediate.

O “discurso principal” de um mercado global equilibrado continua intacto, disse Wittner, do Société Générale. Isso significa que os compradores voltariam antes que o petróleo chegasse às mínimas registradas no começo deste ano.

O WTI caiu para US$ 26,05 por barril em fevereiro, patamar mais baixo desde maio de 2003.

“Não estou extremamente pessimista”, disse Wittner. “Acho que há um ponto em que se vê a chegada de certa caça às pechinchas e esse ponto é US$ 40 por barril”.

São Paulo – As reservas globais de petróleo provadas atingiram 1,7 trihão de barris no final de 2014, quantidade suficiente para garantir exatos 52 anos e 5 meses de produção mundial de energia . Os dados são da edição 2015 do relatório estatístico anual da BP, documento de referência para o setor. Segundo o estudo, ao longo da última década, as reservas globais de petróleo cresceram 25%. Os países da Opep continuam a dominar o ranking, controlando 71,6% das reservas mundiais. Atualmente, o Brasil aparece em 15º, com 16,2 bilhões de barris, o equivalente a 1% das reservas globais provadas de petróleo. Em 1994, essa taxa era de 5,4 bilhões de barris. Na lista geral, o país está atrás da China (1,1% das reservas), Catar (1,5%), Cazaquistão (1,8%) e Nigéria (2,2%). Veja nos slides onde estão as 10 maiores reservas de petróleo no mundo, segundo o estudo da BP, que leva em conta os dados de 2014, os mais recentes disponíveis.
  • 2. 1º - Venezuela

    2 /12(Getty Images)

  • Veja também

    Participação mundial17,5%
    Reservas provadas em 2014298.3 bilhões de barris
    Reservas provadas em 200479.7 bilhões de barris
    Variação em 10 anos274,3%
  • 3. 2º - Arábia Saudita

    3 /12(Wikimedia Commons)

  • Participação mundial15,7%
    Reservas provadas em 2014267 bilhões de barris
    Reservas provadas em 2004264.3 bilhões de barris
    Variação em 10 anos1%
  • 4. 3º - Canadá

    4 /12(Wikimedia Commons)

    Participação mundial10,2%
    Reservas provadas em 2014172.9 bilhões
    Reservas provadas em 2004179.6 bilhões
    Variação em 10 anos-3,7%
  • 5. 4º - Iran

    5 /12(Essam Al-Sudani/AFP)

    Participação mundial9,3%
    Reservas provadas em 2014157.8 bilhões de barris
    Reservas provadas em 2004132.7 bilhões de barris
    Variação em 10 anos18,9%
  • 6. 5º - Iraque

    6 /12(Getty Images)

    Participação mundial8,8%
    Reservas provadas em 2014150 bilhões de barris
    Reservas provadas em 2004115 bilhões de barris
    Variação em 10 anos30,4%
  • 7. 6º - Rússia

    7 /12(Karen Bleier/AFP)

    Participação mundial6,1%
    Reservas provadas em 2014103.2 bilhões de barris
    Reservas provadas em 2004105.5 bilhões de barris
    Variação em 10 anos-2,2%
  • 8. 7º - Kuwait

    8 /12(Getty Images)

    Participação mundial6%
    Reservas provadas em 2014101.5 bilhões de barris
    Reservas provadas em 2004101.5 bilhões de barris
    Variação em 10 anosnão houve
  • 9. 8º - Emirados Árabes Unidos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Participação mundial5,8%
    Reservas provadas em 201497.8 bilhões de barris
    Reservas provadas em 200497.8.8 bilhões de barris
    Variação em 10 anosnão houve
  • 10. 9º - Estados Unidos

    10 /12(.)

    Participação mundial2,9%
    Reservas provadas em 201448.5 bilhões
    Reservas provadas em 200429.3 bilhões
    Variação em 10 anos65,5%
  • 11. 10º - Líbia

    11 /12(Getty Images)

    Participação mundial2,8%
    Reservas provadas em 201448.4 bilhões de barris
    Reservas provadas em 200439.1 bilhões de barris
    Variação em 10 anos23,8%
  • 12. Acima da média

    12 /12(Thinckstock)

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