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Amorim defende modelo 4+1 para a Alca

"Se insistirmos em posições maximalistas a Alca não vai avançar", diz ministro das Relações Exteriores

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

As negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) só avançarão se forem conduzidas dentro do modelo 4+1. Ou seja, os países do Mercosul passariam a negociar diretamente com os Estados Unidos algumas cláusulas específicas de livre comércio. A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou do Seminário Negociações Internacionais, na Câmara de Comércio Americana (Amcham), em São Paulo, nesta segunda-feira (4/10). "Temos que voltar ao arcabouço da reunião de Miami, porque só nele encontraremos soluções para a Alca", afirma Amorim.

A estratégia traçada em Miami previa que a Alca seria criada por um conjunto de regras gerais de comércio. Interesses setoriais específicos seriam deixados para negociações separadas entre o Mercosul e os americanos. Segundo Amorim, esse é o melhor caminho, pois as regras válidas para os grandes países do bloco podem não atender às expectativas dos menores. "Um acordo válido para o Brasil pode não ser interessante para um pequeno país do Caribe. Por isso se insistirmos em posições maximalistas [válidas para todos os países] a Alca não vai avançar", afirmou.

Amorim disse também que as negociações sobre a Alca serão enfatizadas pelo Brasil após as eleições americanas em novembro. Conforme o ministro, o processo sucessório americano levou o governo brasileiro a se concentrar no acordo de livre comércio com a União Européia desde o final do primeiro trimestre. Ele negou, porém, que o governo brasileiro esteja se pautando em diretrizes ideológicas para conduzir as negociações conforme de críticas de certos setores empresariais. "Não há ideologia em querer uma política industrial com algum grau de nacionalização. Isso é realismo político", afirmou.

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