Economia

América Latina crescerá 3,6% graças à demanda interna

Os sintomas de melhoria da economia da região serão notados mais fortemente em 2015, para quando está previsto um crescimento de 4,1%


	Exportação: Uruguai e Paraguai também ficaram acima da média graças à exportação de produtos agrícolas e à estabilização dos preços das matérias-primas (Arquivo)

Exportação: Uruguai e Paraguai também ficaram acima da média graças à exportação de produtos agrícolas e à estabilização dos preços das matérias-primas (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 17h08.

Genebra - A América Latina e o Caribe crescerão 3,6% em 2014, impulsionados principalmente pelo aumento da demanda doméstica, embora continuem vulneráveis a possíveis turbulências na economia mundial, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira por várias agências das Nações Unidas.

Os sintomas de melhoria da economia da região serão notados mais fortemente em 2015, para quando está previsto um crescimento de 4,1%, segundo o estudo "Situação e perspectivas da economia mundial 2014", da ONU.

O relatório revelou que, com um crescimento médio de 3,2%, a recuperação econômica de 2013 foi desigual no continente, e destacou acima da média Argentina e Brasil pelo fortalecimento da demanda interna e por mudanças nas políticas macroeconômicas.

Uruguai e Paraguai também ficaram acima da média graças à exportação de produtos agrícolas e à estabilização dos preços das matérias-primas.

"Durante 2014 os países da região também serão beneficiados pelo fortalecimento da demanda externa, se os Estados Unidos e a Europa saírem da crise", afirmou hoje durante a apresentação do relatório em Genebra Alfredo Calcagno, o chefe do departamento de macroeconomia e políticas de desenvolvimento da Unctad, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

No México e nos países da América Central as perspectivas para 2014-2015 são boas, embora um pouco mais complicadas após a desaceleração de sua economia, que cresceu 4% em 2012 e apenas 1,5% em 2013.

Para enfrentar esta situação, o governo mexicano empreendeu durante 2013 uma série de reformas estruturais para impulsionar um debilitado setor energético e tecnológico e estimular o investimento privado no país, mudanças que serão notadas em 2014 e 2015, com um crescimento estimado entre 4% e 4,2%, respectivamente.

Segundo o relatório, Nicarágua, Guatemala e Panamá crescerão em um ritmo mais rápido que o do México, embora, segundo Calcagno, "todos os países da região se beneficiem da melhoria das perspectivas econômicas dos EUA, um importante parceiro comercial".

O Caribe será a região do continente latino-americano que se recuperará mais lentamente da crise, já que um de seus principais motores econômicos, o turismo, depende muito da recuperação da demanda externa, especialmente dos Estados Unidos e da Europa, que foram os que mais sofreram com a crise que "explodiu" em 2008.

Em 2013, a economia dos países do arco caribenho cresceu em média 2,4%, menos que nos dois anos anteriores, embora a antecipada recuperação econômica dos países desenvolvidos possa impulsionar o turismo e, indiretamente, outros setores.

A previsão da ONU para o Caribe é de um crescimento de 3,3% para 2014 e de 3,8% para 2015. 

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