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Alta no desemprego reflete cenário desfavorável, diz Dieese

O movimento está associado à sazonalidade do primeiro trimestre e à atual conjuntura econômica brasileira

Carteira de Trabalho: a taxa de 11,5% para a Região Metropolitana de São Paulo é maior que a dos três últimos meses de março  (Marcello Casal Jr/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 14h08.

São Paulo - Embora o aumento da taxa de desemprego em março corresponda em parte à sazonalidade do primeiro trimestre, o movimento também está associado à atual conjuntura econômica brasileira, marcada pela trajetória de alta da taxa básica de juros, política fiscal mais contracionista e inflação pressionada.

Esta é a avaliação de Alexandre Loloian, economista da Fundação Seade e coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ( Dieese ).

De acordo com o levantamento divulgado nesta quarta-feira, 30, o desemprego subiu de 10,6% em fevereiro para 11,5% em março na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e de 10,3% para 11% no conjunto das seis regiões avaliadas.

"Há condicionantes que estão limitando a política econômica. Além disso, é um ano político, o que também complica", afirmou.

"Estamos numa conjuntura que é muito semelhante à do primeiro trimestre do ano passado, mas a capacidade de reação do governo parece pior agora. Está sob fogo cruzado."

Loloian explicou que a taxa de 11,5% para a RMSP é maior que a dos três últimos meses de março - em 2011 foi de 11,3%; em 2012, de 11,1%; em 2013, de 10,9%.

"Os momentos de taxa de desemprego mais baixa foram deixados para trás, pelo menos no mês de março", disse.

Segundo ele, no mês passado houve novamente uma "conjunção perversa" no mercado de trabalho da RMSP, com redução da ocupação e aumento da População Economicamente Ativa (PEA), o que potencializou a alta da taxa de desemprego.

O nível de ocupação recuou 0,5% em março ante fevereiro em São Paulo. Com exceção do setor de Serviços, que gerou 32 mil novos postos de trabalho, todos os outros tiveram redução de vagas: Indústria de Transformação (corte de 37 mil), Comércio (28 mil) e Construção (13 mil).

Na mesma base de comparação, 59 mil pessoas passaram a procurar ocupação na RMSP, o que representa uma elevação de 0,5% da PEA.

De acordo com o economista, este avanço da PEA na região, que já ocorreu em janeiro e fevereiro, é atípico para o início do ano, época em que os indivíduos normalmente ficam menos ativos na busca por emprego.

"A alta da PEA é boa quando há um crescimento no nível de atividade do País e as pessoas querem trabalhar porque visualizam boas oportunidades", comento Loloian. "Mas a PEA também pode aumentar quando as famílias passam a ter restrição no orçamento, e mais gente tem que ir para o mercado, mesmo que as perspectivas de emprego não sejam tão positivas. Parece ser o que vemos hoje."

Seis regiões.

Diferente do comportamento registrado na Região Metropolitana de São Paulo, a alta da taxa de desemprego no conjunto das seis regiões contempladas pela pesquisa, na comparação de março com fevereiro, se deveu basicamente à redução do nível de ocupação - foram eliminados 137 mil postos de trabalho -, já que a PEA, neste caso, ficou estável.

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São Paulo - Embora o aumento da taxa de desemprego em março corresponda em parte à sazonalidade do primeiro trimestre, o movimento também está associado à atual conjuntura econômica brasileira, marcada pela trajetória de alta da taxa básica de juros, política fiscal mais contracionista e inflação pressionada.

Esta é a avaliação de Alexandre Loloian, economista da Fundação Seade e coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos ( Dieese ).

De acordo com o levantamento divulgado nesta quarta-feira, 30, o desemprego subiu de 10,6% em fevereiro para 11,5% em março na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e de 10,3% para 11% no conjunto das seis regiões avaliadas.

"Há condicionantes que estão limitando a política econômica. Além disso, é um ano político, o que também complica", afirmou.

"Estamos numa conjuntura que é muito semelhante à do primeiro trimestre do ano passado, mas a capacidade de reação do governo parece pior agora. Está sob fogo cruzado."

Loloian explicou que a taxa de 11,5% para a RMSP é maior que a dos três últimos meses de março - em 2011 foi de 11,3%; em 2012, de 11,1%; em 2013, de 10,9%.

"Os momentos de taxa de desemprego mais baixa foram deixados para trás, pelo menos no mês de março", disse.

Segundo ele, no mês passado houve novamente uma "conjunção perversa" no mercado de trabalho da RMSP, com redução da ocupação e aumento da População Economicamente Ativa (PEA), o que potencializou a alta da taxa de desemprego.

O nível de ocupação recuou 0,5% em março ante fevereiro em São Paulo. Com exceção do setor de Serviços, que gerou 32 mil novos postos de trabalho, todos os outros tiveram redução de vagas: Indústria de Transformação (corte de 37 mil), Comércio (28 mil) e Construção (13 mil).

Na mesma base de comparação, 59 mil pessoas passaram a procurar ocupação na RMSP, o que representa uma elevação de 0,5% da PEA.

De acordo com o economista, este avanço da PEA na região, que já ocorreu em janeiro e fevereiro, é atípico para o início do ano, época em que os indivíduos normalmente ficam menos ativos na busca por emprego.

"A alta da PEA é boa quando há um crescimento no nível de atividade do País e as pessoas querem trabalhar porque visualizam boas oportunidades", comento Loloian. "Mas a PEA também pode aumentar quando as famílias passam a ter restrição no orçamento, e mais gente tem que ir para o mercado, mesmo que as perspectivas de emprego não sejam tão positivas. Parece ser o que vemos hoje."

Seis regiões.

Diferente do comportamento registrado na Região Metropolitana de São Paulo, a alta da taxa de desemprego no conjunto das seis regiões contempladas pela pesquisa, na comparação de março com fevereiro, se deveu basicamente à redução do nível de ocupação - foram eliminados 137 mil postos de trabalho -, já que a PEA, neste caso, ficou estável.

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