Economia

Alta dos juros deve ser "gerenciável" para estrangeiros, diz Fed

O banco central norte-americano elevou a taxa de juros na reunião de março para a faixa entre 0,75 e 1 por cento ao ano

Fische, vice-presidente do Fed: "Mesmo que a divergência sobre a política monetária continue substancial, há boas razões para pensar que os efeitos para as economias estrangeiras serão gerenciáveis" (JIM WATSON/AFP)

Fische, vice-presidente do Fed: "Mesmo que a divergência sobre a política monetária continue substancial, há boas razões para pensar que os efeitos para as economias estrangeiras serão gerenciáveis" (JIM WATSON/AFP)

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Reuters

Publicado em 19 de abril de 2017 às 18h48.

Washington - Uma perspectiva global mais otimista compensou qualquer reação adversa do mercado à decisão do Federal Reserve de elevar a taxa de juros duas vezes nos últimos três meses, afirmou o vice-chair do banco central dos Estados Unidos, Stanley Fischer, nesta quarta-feira.

Para Fischer, a abordagem gradual do Fed deve manter sob controle os efeitos da alta dos juros dos EUA nas economias estrangeiras.

"Mesmo que a divergência sobre a política monetária continue substancial, há boas razões para pensar que os efeitos para as economias estrangeiras serão gerenciáveis", disse Fischer em declarações preparadas para uma conferência em Washington, organizada conjuntamente pelo Fundo Monetário Internacional.

O banco central norte-americano elevou a taxa de juros na reunião de março para a faixa entre 0,75 e 1 por cento ao ano, continuando a se afastar das taxas historicamente baixas colocadas em vigor em 2008.

Com o desemprego agora em 4,5 por cento e a inflação subindo lentamente, muitos integrantes do comitê de política monetária do Fed estão cada vez mais confiantes com a previsão do banco central norte-americano de mais dois aumentos de juros neste ano.

Fischer observou que nos dois ciclos de aperto monetário anteriores do Fed, em 1999 e 2004, as condições de negócios nos Estados Unidos e no exterior se tornaram razoavelmente bem alinhadas e disse que "pode até haver alguma chance" de que isso ocorra novamente.

Mas ele também reconheceu que a decisão do Fed de reduzir as taxas de juros para próximo de zero e mantê-las nesse nível por quase uma década trouxe pressão para os preços de ativos e moedas de alguns mercados emergentes.

O Fed está aumentando a taxa de juros enquanto outros bancos centrais ainda estão promovendo uma ampla acomodação monetária.

Dito isso, Fischer apontou sinais positivos com o desemprego recuando na Europa e a inflação se movendo em direção da meta do banco central, além de a economia chinesa estar em bases mais sólidas.

Ele acrescentou que ainda espera que o ritmo dos aumentos das taxas nos EUA seja gradual e que essa abordagem deverá ser benéfica tanto no mercado interno quanto no exterior.

"Uma remoção gradual e contínua da política expansionista parece provável para maximizar as perspectivas de uma expansão contínua da economia dos EUA e para mitigar o risco de efeitos indesejáveis no exterior", disse Fischer.

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