Alimentação e transportes contribuíram para deflação, diz IBGE
Com queda de 0,18%, a prévia da inflação oficial fechou julho como a menor da série histórica de quase 20 anos
Agência Brasil
Publicado em 20 de julho de 2017 às 11h19.
Sob forte influência dos preços dos alimentos e dos transportes, a prévia da inflação oficial do país fechou em julho negativa em 0,18%, a menor taxa para os meses de julho desde 2003 (quando havia registrado a mesma variação negativa).
É também a menor inflação da série histórica desde a variação negativa de 0,44% de setembro de 1998, portanto, em quase 20 anos.
Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15 ( IPCA-15 ) foram divulgados hoje (20), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, responsáveis por quase a metade das despesas do brasileiro, os grupos Alimentação e Bebidas e Transportes tiveram deflação de junho para julho de -0,55% e -0,64%, respectivamente.
Com participação de 25% nas despesas das famílias, o grupo dos alimentos exerceu "o mais intenso impacto negativo": 0,14 ponto percentual. Já o item dos transportes, que também tem participação significativa nas despesas (18%), foi negativo em 0,11 ponto percentual em relação a junho.
Com deflação ainda maior (-0,55%), o grupo artigos de residência responde por apenas 4% de participação nas despesas das famílias e contribuiu para a queda do IPCA-15 com -0,02 ponto percentual.
Alimentos têm queda de preços
O IBGE disse que a queda nos preços dos alimentos foi ainda mais forte quando considerados os produtos comprados para consumo em casa, que ficaram 0,95% mais baratos. Houve queda em todas as regiões pesquisadas, com a retração variando dos -0,37% em Brasília até -1,61% em Curitiba.
Os preços da maioria dos produtos ficaram mais baixos de junho para julho, com destaque para a batata-inglesa (-19,07%), o tomate (-8,48%) e as frutas (-4%).
Na alimentação fora de casa, a variação média foi de 0,2%, com as regiões apresentando resultados entre a queda de 0,41% na região metropolitana do Rio de Janeiro, até a alta de 1,10% em Goiânia.
O IBGE informou, ainda, que a redução de 0,64% nos transportes foi influenciada pelos preços dos combustíveis, que recuaram 3,16%. O etanol caiu 4,81%, enquanto o litro da gasolina passou a custar -2,98%.
Entre os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, as variações mais elevadas ficaram com Despesas Pessoais (0,31%) e Habitação (0,24%).
Ainda segundo o IBGE, Curitiba foi a única região metropolitana que teve em julho resultado positivo, embora o número tenha ficado praticamente estável ao variar apenas 0,01%.
Já a região metropolitana de São Paulo fechou com a menor deflação: -0,29%, influenciada pela queda de -4,22% nos preços dos combustíveis. A gasolina teve recuo de preço de 3,85% e o etanol, de -5,88%.
A segunda maior queda de preços foi anotada em Salvador, com deflação de 0,25%, seguida de Porto Alegre: 0,24%. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, o IPCA-15 fechou negativo: 0,13%.