Economia

Alimentação ajudará IPC-S a fechar mês em 0,50%, diz FGV

Ainda que permaneça em patamar elevado, o grupo foi o destaque desta leitura, ao passar de 1,37% na segunda quadrissemana para 1,13%


	"Se a taxa vier diferente, é um pouco para baixo, pois Alimentação em desaceleração ajudará", disse Picchetti, ao comentar a taxa de 0,54% apurada na terceira quadrissemana do mês
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI / EXAME)

"Se a taxa vier diferente, é um pouco para baixo, pois Alimentação em desaceleração ajudará", disse Picchetti, ao comentar a taxa de 0,54% apurada na terceira quadrissemana do mês (ALEXANDRE BATTIBUGLI / EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 15h18.

São Paulo - A continuidade de desaceleração da alta dos preços de alimentação deve ajudar conduzir o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) à variação de 0,50% projetada pelo coordenador do índice e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.

Em entrevista nesta quarta-feira, 24, à Agência Estado, Picchetti disse que não alterou sua estimativa para o indicador no encerramento do mês. "Se a taxa vier diferente, é um pouco para baixo, pois Alimentação em desaceleração ajudará", disse, ao comentar a taxa de 0,54% apurada na terceira quadrissemana do mês, que corresponde ao período entre 23 de março e 22 de abril.

Ainda que permaneça em patamar elevado, o grupo foi o destaque desta leitura, ao passar de 1,37% na segunda quadrissemana para 1,13%. Dentro desta classe de despesa, Picchetti chamou a atenção para o comportamento benigno dos in natura, especialmente Hortaliças e Legumes, que contribuíram com -0,03 ponto porcentual para a trajetória do IPC-S.

"Uma hora os in natura tinham que começar a devolver a alta. Na verdade, ainda não há recuo de preços, mas essa desaceleração contribuiu para arrefecer o índice como um todo", explicou. Mesmo ainda figurando entre as maiores influências positivas do IPC-S, o tomate, vilão da inflação nos últimos meses, passou de 15,09% para 9,92%.

Sobre uma eventual deflação dos in natura no curto prazo, Picchetti não descartou essa possibilidade. "É difícil fazer essa previsão. Mas, por outro lado, tivemos reação grande de alguns itens, como o tomate. Há uma força de mercado, até pela queda da demanda, que pode fazer com que os preços caiam, mas talvez não na mesma magnitude da alta", afirmou.

Picchetti destacou o fato de vários itens do IPC-S aparecerem com alta menor nessa leitura. Em termos de grupos, só dois dos oito que compõem o índice avançaram: Vestuário (0,40% para 0,56%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,60% para 0,79%). O primeiro foi puxado por roupas (0,54% para 0,78%) e o segundo, por medicamentos em geral (0,91% para 1,43%). Neste caso, a alta, que contribuiu com 0,02 ponto para a trajetória do IPC-S, reflete a influência do reajuste autorizado para os preços de remédios, de até 6,31%, a partir do dia 31 de março. "O impacto deve continuar aparecendo até o início de maio", afirmou Picchetti.

Apesar do alívio visto em vários preços de alimentação, como frango em pedaços (-1,70%), outros preços deste grupo já não têm perspectiva tão favorável, como por exemplo carnes bovinas, cuja deflação perdeu força, ao passar de -2,88% para -2,17%. Na avaliação do coordenador, é pequeno o espaço para manutenção destes preços em queda. "Aos poucos, devem retornar, para estabilidade ou alta", disse.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCTrigo

Mais de Economia

G20 se compromete a 'cooperar' para taxar grandes fortunas

Olimpíada de 2024 pode movimentar até 11 bilhões de euros, diz estudo

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

Mais na Exame