Economia

Alckmin elogia trégua entre China e EUA e diz que espera queda ‘forte’ da Selic

Presidente em exercício afirmou que livre comércio gera 'emprego e renda', e indicou que safra recorde e câmbio mais favorável deveriam abrir espaço para redução dos juros

Vice-presidente assumiu interinamente a Presidência da República durante a viagem oficial de Luiz Inácio Lula da Silva à China (Leandro Fonseca/Exame)

Vice-presidente assumiu interinamente a Presidência da República durante a viagem oficial de Luiz Inácio Lula da Silva à China (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 12 de maio de 2025 às 13h39.

Última atualização em 12 de maio de 2025 às 13h56.

O presidente em exercício Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), considerou “muito bom” que tenha havido um entendimento entre a China e os Estados Unidos e reforçou que a posição do governo brasileiro será a defesa do multilateralismo.

— É muito bom que haja um entendimento entre Estados Unidos e China, os dois maiores PIBs do mundo, economias importantíssimas. O governo do presidente Lula defende o multilateralismo e o livre comércio […]Comércio exterior é emprego e renda e quem ganha é a população — afirmou Alckmin nesta segunda-feira, em São Paulo.

O vice-presidente assumiu interinamente a Presidência da República durante a viagem oficial de Luiz Inácio Lula da Silva à China. Em conversa com jornalistas na capital paulista ele defendeu que o “comércio exterior beneficia todos” e que era preciso fortalecer a Organização Mundial do Comércio (OMC) para “poder ter regras no comércio exterior”.

— Torcemos por um bom entendimento — acrescentou, durante a abertura da APAS Show 2025, feira do setor supermercadista.

Depois de encontro em Genebra, a China e os Estados Unidos concordaram em reduzir temporariamente as tarifas retaliatórias por 90 dias, o que levou a uma alta nas bolsas globais.

Em viagem à China, nesta segunda-feira, Lula criticou a postura dos EUA na guerra tarifária deflagrada por Donald Trump, disse que considerava a relação bilateral com Pequim “indestrutível” e também defendeu o multilateralismo. No país até terça-feira, ele ainda tem encontro marcado com o presidente chinês, Xi Jinping.

Mais cedo, em entrevista ao UOL, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Lula não iria escolher entre China e EUA na guerra comercial. Ele também reforçou que, em encontro com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, defendeu que as tarifas contra o América do Sul “não faziam sentido”, já que a região é deficitária no comércio com o país.

Inflação de alimentos e queda da Selic

Alckmin também indicou a jornalistas que têm a expectativa de que a taxa básica de juros “caia fortemente". Ele tratou do tema ao responder uma pergunta sobre a inflação de alimentos. Segundo ele, o cenário inflacionário no ano passado foi resultado de preços pressionados principalmente em razão do clima, que gerou quebras de safras, e do dólar em altos patamares — processos que, para ele, foram revertidos.

— Os dois cenários mudaram, o clima até agora está ótimo, nós devemos ter uma supersafra e o dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,70. Então o que eu espero é que da mesma maneira que a Selic subiu, ela também caia fortemente. Porque ela limita a atividade econômica e ela tem um efeito duríssimo na dívida pública, porque 41% da dívida pública é atrelada a Selic.

Na abertura do evento com setor de supermercados, Alckmin defendeu medidas do governo para economia, como reforma tributária e a proposta de reforma do imposto de renda, e destacou a necessidade de mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

As mudanças no PAT foram defendidas por empresários do setor durante a abertura do evento. Segundo Alckmin, o governo estuda “modernizar" o programa com o objetivo de reduzir os custos de intermediação.

— Tem várias alternativas que o governo vai se debruçar para apresentar ao povo — acrescentou, sem detalhar quais medidas são estudadas.

Questionado sobre a possibilidade de liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados, uma agenda defendida pelo setor, ele disse que o tema será “estudado".

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminSelic

Mais de Economia

Por que as fusões entre empresas são difíceis no setor aéreo? CEO responde

Petrobras inicia entregas de SAF com produção inédita no Brasil

Qual poltrona do avião dá mais lucro para a companhia aérea?

Balança comercial tem superávit de US$ 5,8 bi em novembro