Economia

Ajuste das contas públicas deve levar alguns anos, diz Temer

Segundo o presidente, os brasileiros acostumaram-se a ouvir "bilhões e bilhões" ao se falar do déficit nas contas

Michel Temer: "nós conseguimos, nesse breve período, como todos acompanharam, reduzir o fenômeno inflacionário de 10,70% para hoje 4,55%" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: "nós conseguimos, nesse breve período, como todos acompanharam, reduzir o fenômeno inflacionário de 10,70% para hoje 4,55%" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de maio de 2017 às 12h58.

Brasília - O presidente Michel Temer destacou nesta segunda-feira, durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que a economia já dá sinais de melhora, com a redução da inflação, mas ponderou que serão necessários alguns anos para ajustar as contas públicas.

"Nós conseguimos, nesse breve período, como todos acompanharam, reduzir o fenômeno inflacionário de 10,70% para hoje 4,55%, a indicar que logo ao final do ano estaremos em torno de 4%, portanto abaixo da meta de 4,5%", afirmou.

Segundo o presidente, que destacou a importância da aprovação da PEC do teto dos gastos, os brasileiros acostumaram-se a ouvir "bilhões e bilhões" ao se falar do déficit nas contas, mas que é preciso salientar que "não se combate o déficit em um ou dois exercícios financeiros".

"A nossa procura é que quem sabe daqui a dez anos em que só se gasta aquilo que se arrecada", afirmou.

"Se olharmos hoje a situação fiscal de muitos Estados, vemos como déficit atrapalha a vida dos trabalhadores. Estamos superando isso com apoio do congresso nacional, sempre com muito diálogo", completou.

Pesquisa

Temer destacou a importância do IBGE e disse que é por meio de pesquisas "que podemos formular políticas eficientes e eficazes".

Temer disse ainda que "traçar diagnóstico preciso de nossa economia há de ser a primeira tarefa que se dedica o nosso governo" e que logo no início da sua gestão deu transparência às contas públicas, "sem malabarismos tributáveis".

O presidente destacou a importância dos dados para corroborar as reformas e disse que "é fundamental que o diálogo esteja lastreado em informações verdadeiras".

Ele disse ainda que "ninguém esconde ou ignora dados" e que "ninguém vai falsear dados" e aproveitou para fazer a defesa da reforma da previdência.

"A população esta vivendo mais por isso a reforma da previdência é inadiável", disse. "Nosso propositivo maior é o desenvolvimento com igualdade de oportunidades."

O presidente agradeceu ainda o fato de receber a Medalha do Mérito Político Getulio Vargas e disse que "quem quer governar atenta e cuidadosamente há de ter pesquisas, há de ter dados".

"Sou daqueles advogados das verbas para o IBGE afim de que possa fazer um bom trabalho pelo Brasil", completou.

Em seu discurso, o presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, agradeceu ao presidente e também ao ministério do Planejamento e disse que a pasta já garantiu a possibilidade de contratação de 26 novos recenseadores para trabalhar de outubro até fevereiro.

Ao agradecer Temer, Castro disse ainda que o último presidente da República que esteve num evento similar do IBGE foi Getúlio Vargas há 80 anos.

Temer reconheceu a necessidade de sair do seu gabinete e disse que "quando a gente fica muito naquela sala da presidência você só recebe problemas". "Aqui você recebe entusiasmo e sai com a alma cheia de esperança", afirmou.

Evento

O 3º Encontro Nacional de Chefes de Agências do IBGE, que acontece nesta segunda-feira no Centro de Convenções em Brasília, é uma reunião interna de alinhamento e preparação para o Censo Agropecuário 2017, cobrindo temas relativos à operação censitária, logística, tecnologia e comunicação. Segundo o órgão, a coleta do Censo Agro começa em 1º de outubro.

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