Economia

Agroindústria sofre queda de 0,9% no ano passado

Bom desempenho dos negócios ligados à pecuária não compensou a retração da agricultura, segundo o IBGE

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

A agroindústria, que reúne as atividades de pecuária, agricultura e produtos industriais derivados desses setores, encerrou 2005 com queda de 0,9%. O desempenho foi prejudicado, sobretudo, pelos maus resultados da agricultura, que sofreu retração de 4%. Por ter maior peso na amostra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor agrícola acabou neutralizando a expansão de 3,7% dos negócios ligados à pecuária.

O desempenho do ano passado contrasta com a expansão de 5,33% da agroindústria em 2004. Mesmo em 2003, quando a economia brasileira patinou, esse ramo econômico apresentou ligeira alta de 0,84%. Os números também estão na contramão da produção industrial, que cresceu 3,1% em 2005, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (10/2)

Diversos fatores exerceram impacto negativo sobre a agroindústria no ano passado. Os setores associados à lavoura sofreram com o clima desfavorável. A estiagem na região Sul e em parte de São Paulo e Mato Grosso do Sul provocou a quebra da safra. Os 112,5 milhões de toneladas de grãos colhidos em 2005 representaram um recuo de 5,7% sobre 2004.

A queda dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas, a valorização cambial - que reduziu os ganhos com exportações - e o aumento dos custos de produção refletiram na menor rentabilidade da agricultura. Outra conseqüência foi a redução da capacidade de investimento do produtor rural, obrigado a utilizar menos insumos em suas plantações. Assim, os produtos industriais usados pelos agricultores diminuíram 20,5%, com destaque para adubos e fertilizantes (-10,9%), e máquinas e equipamentos (-38,5%).

Pecuária

Os focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e a suspeita no Paraná, no último trimestre de 2005, não foram suficientes para causar a retração dos negócios ligados à pecuária. Esses setores foram beneficiados pelo bom desempenho das exportações de carne bovina, suína e de frango; pelos preços favoráveis no mercado internacional; e pelo aumento da demanda, causada pela restrição da oferta mundial decorrente de crises como o "mal da vaca louca", na Europa, Canadá e Estados Unidos; e da gripe aviária, na Ásia e Leste Europeu.

As exportações de carne bovina congelada subiram 22,4% no ano passado; as de carne bovina fresca ou refrigerada, porém, caíram 3,1%. Pedaços e miudezas de frango subiram 18,2%; e suínos congelados avançaram 16,2%.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

São Paulo cria meio milhão de empregos formais em um ano, alta de 3,6%

EUA divulga payroll de agosto nesta sexta — e que pode ser crucial para o Fed

Senado marca sabatina de Galípolo para 8 de outubro, dia em que indicação será votada no plenário

Lula diz que acordo com Vale sobre desastres em Minas Gerais será resolvido até outubro

Mais na Exame