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Agricultores da Amazônia estão trocando a cocaína pelo cacau

O aumento da produção não apenas melhorou a reputação internacional do Peru, mas também permitiu que o país multiplicasse as exportações por 10 desde 2008

Cacau (Franck & Christine Dziubak/AFP)

João Pedro Caleiro

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 16h43.

Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 19h09.

Os fazendeiros da Amazônia estão abandonando a cocaína e dando preferência ao cacau em meio ao sucesso dos esforços de combate ao tráfico de drogas.

A produção de cacau do Peru atingirá o nível recorde de 155.800 toneladas na safra 2018-2019, quase o dobro da produção de cinco anos atrás, segundo a Fitch Solutions.

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Mais de 25.000 famílias, que atualmente abrangem mais de 49.000 hectares de plantações de culturas como cacau e café, abandonaram plantações ilegais de coca no ano passado, e mais de 20.000 hectares de coca foram erradicados neste ano, segundo a empresa de pesquisa.

“Os planos do governo continuarão sendo a força motriz por trás da acelerada produção de cacau do Peru a médio prazo”, informou a Fitch em nota de 26 de novembro.

A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional está negociando com as comunidades que plantam coca na Amazônia, “incentivando-as a optar por culturas lícitas”.

O aumento da produção de cacau de alta qualidade não apenas melhorou a reputação internacional do Peru, mas também permitiu que o país multiplicasse as exportações por 10 desde 2008, para mais de 50.000 toneladas em 2017, principalmente para a Bélgica, a Holanda, a Itália e os EUA, informou a Fitch.

Ainda assim, um novo regulamento da UE, que entra em vigor em janeiro, limitará os níveis de cádmio, um metal pesado e tóxico, no chocolate e no cacau em pó, segundo a consultoria. Os níveis de cádmio presentes na maioria das regiões produtoras do Peru são superiores aos limites impostos pela UE.

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