'Ações urgentes' são necessárias na Eurozona, diz Lagarde
Segundo a responsável do FMI, tanto na Europa como nos EUA como em outros lugares existe 'uma incerteza' que impede questões como a criação de empregos
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 11h51.
Tóquio - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, aplaudiu as políticas dos bancos centrais de Europa, Estados Unidos e Japão nesta quarta-feira, mas alertou que são necessárias mais 'ações urgentes' na zona do euro.
Em entrevista coletiva por ocasião das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial (BM) em Tóquio, Lagarde lembrou que a eurozona é o 'epicentro da crise' atual e, embora reconhecesse que seus membros tomaram ações para combatê-la, afirmou que 'é preciso fazer mais e com mais rapidez'.
Segundo a responsável do FMI, tanto na Europa como nos EUA como em outros lugares existe 'uma incerteza' que impede questões como a criação de empregos e o desenvolvimento de valores, apesar de dizer que alguns dos atores 'tomaram medidas específicas e corretas'.
Lagarde se referiu concretamente aos sinais 'de políticas muito positivas' dos bancos centrais, tanto o Federal Reserve dos EUA como o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Central do Japão que, segundo sua opinião, criaram um impulso 'que devemos aproveitar'.
No entanto, este impulso 'por si só não será suficiente', afirmou, acrescentando que espera 'ações, coragem e colaboração' por parte dos membros do organismo.
A dirigente lembrou também que a recuperação mundial 'continua mais lenta que o previsto', como mostrou o Relatório de Perspectivas apresentado pelo organismo nesta semana e que apontava um crescimento mundial de 5,3%.
Lagarde ressaltou que a crise tem efeitos também nas economias emergentes, e que há certos riscos 'extremos' que poderiam ocorrer e que são difíceis de analisar.
De acordo com o FMI, é necessário finalizar as reformas do setor financeiro, que 'estão em curso há vários anos e ainda não foram concluídas', o que faz com que o setor financeiro não seja mais seguro do que era há cinco anos, disse.
Além disso, são necessárias 'estratégias fidedignas' para reduzir a dívida, além de respaldar o crescimento para promover a criação de emprego que em alguns países está em níveis 'aterrorizantes' e não aceitáveis, salientou.
O FMI realiza amanhã sua assembleia com o Banco Mundial em Tóquio com a participação dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos 188 membros do organismo. EFE