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"A prioridade absoluta é a garantia do Auxílio Brasil", afirma Guedes

A ideia, de acordo com o ministro, é aprovar a tributação de lucros e dividendos para financiar o programa

Segundo Guedes, esse "caminho da prosperidade" envolve reduzir impostos e abrir a economia (Washington Costa/ASCOM/ME/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2022 às 16h00.

Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 16h09.

A prioridade do governo federal em caso de uma reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no domingo será garantir o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, disse nesta quinta-feira, 27, o ministro da Economia, Paulo Guedes. "A prioridade absoluta é a garantia do Auxílio Brasil", afirmou Guedes, durante live da Suno Research. "Queremos garantir esse programa, que é o maior programa de transferência de renda que já foi feito e é três vezes maior do que o dos governos petistas."

A ideia, de acordo com o ministro, é aprovar a tributação de lucros e dividendos para financiar o programa.

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Guedes voltou a dizer que uma "tributação moderada", em torno de 15%, renderia algo como R$ 60 bilhões e seria suficiente para pagar pelo benefício.

Segundo Guedes, o governo vai avançar na reforma tributária, como forma de garantir a taxação de lucros e dividendos.

O ministro ainda afirmou que o governo concederá aumentos do salário-mínimo acima da inflação em caso de reeleição do presidente.

Teto de gastos

Guedes repetiu críticas ao teto de gastos e voltou a dizer que a regra fiscal foi "muito mal construída". Durante a sua fala, disse que o teto limitou a ação do governo durante a pandemia e que foi necessário pedir licença extra para o Congresso Nacional para ampliar os gastos em 2020.

"O teto foi muito mal construído. O teto era para não deixar a chuva entrar, mas foi o contrário. Tinha um fogo, um incêndio dentro da casa e não tinha chaminé para deixar a fumaça sair", disse o ministro.

Projeções

Guedes voltou a dizer que os economistas erraram as projeções para a economia brasileira ao longo dos últimos quatro anos. De acordo com o ministro, uma mudança técnica no modelo econômico do País explica alguns erros, enquanto outros são fruto de "militância" ou "má-fé".

Segundo o ministro, os economistas esperavam um crescimento zero para o Pproduto interno bruto (PIB) brasileiro este ano, ou uma "recessão moderada" de 1,5%, mas a economia deve ter expansão próxima de 3% este ano. Guedes repetiu que o desempenho do Brasil tem superado o de países desenvolvidos.

Bolsa

O ministro da Economia disse achar que a bolsa vai "subir bastante" na segunda-feira, em referência a uma perspectiva de vitória do presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. Em uma mensagem para eleitores, Guedes pediu "um voto de confiança" da população no governo e, sem citar nomes, tentou repetir as críticas da campanha de Bolsonaro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), associando-o a uma imagem de "ladrão".

"Querem roubar até o seu voto, inventando que nós vamos baixar o salário-mínimo", disse Guedes, sem mencionar o nome de Lula. "O salário-mínimo vai subir mais do que a inflação, a aposentadoria vai subir mais do que a inflação, o salário do funcionalismo vai subir mais do que a inflação, o Brasil vai crescer."

Também sem citar a campanha do petista, Guedes disse que "todo dia falam mentiras" sobre as políticas públicas desenhadas pelo governo. "Não deixe que mentiras roubem o seu voto", afirmou.

Polarização

O ministro da Economia disse ainda que uma vitória do presidente Jair Bolsonaro no segundo turno causaria o fim da polarização da política brasileira. "Se Bolsonaro ganha essa eleição, o Lula se aposenta, e a esquerda já é menor do que o Lula, porque o Lula ainda tem uma imagem idílica do passado", disse Guedes. "A próxima eleição será de centro, pacificada. Vai ser Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Romeu Zema, e acabou a polarização no Brasil."

Guedes defendeu que a eleição majoritária de partidos de direita para o Congresso marcou um amadurecimento da opinião pública. De acordo com o ministro, até 70% do parlamento agora é dominado pela centro-direita, enquanto seriam 70% de esquerda em 2018, quando Bolsonaro foi eleito.

Por isso, Guedes disse que uma vitória de Lula acabaria com o "caminho da prosperidade" criado pelo governo Bolsonaro, já que o ex-presidente teria de governar com o "aperto" de um Congresso ideologicamente contrário a ele. "E depois o Bolsonaro volta para competir com ele de novo", disse.

Segundo Guedes, esse "caminho da prosperidade" envolve reduzir impostos e abrir a economia. Com isso e considerando a importância do Brasil como fornecedor de energia e alimentos para o mundo, o ministro disse que o País pode estar entre as cinco maiores economias globais nos próximos cinco a 15 anos.

Programa de governo

Em mais uma crítica ao ex-presidente Lula, o ministro da Economia disse que o programa econômico do presidente Jair Bolsonaro é conhecido e não trará surpresas caso o mandatário seja reeleito. "Nosso programa todo mundo já conhece, todo mundo sabe, não tem surpresa. Se tiver novidade, é uma novidade boa, como o Fundo de Erradicação da Pobreza", disse

O ministro criticou um programa de "economistas do outro candidato", referindo-se a Lula.

Segundo o ministro, esse programa defenderia o fim do Auxílio Brasil, mais encargos trabalhistas e contribuições compulsórias para trabalhadores informais.

Sobre o Fundo de Erradicação da Pobreza, Guedes disse que o Estado brasileiro deveria se desfazer de ativos para transferir recursos para a população. O ministro citou um patrimônio de mais de R$ 1 trilhão em ativos imobiliários, R$ 1 trilhão em valor de empresas estatais e R$ 3 trilhões em recebíveis como possíveis alvos dessa ação.

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