Economia

A inflação baixa, o PIB, e o candidato Meirelles

ÀS SETE - IBGE divulga hoje o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, e que pode dar impulso a uma candidatura do ministro à Presidência

IPCA-15: número serve para balizar o que será a inflação oficial do mês, que é divulgada no início de janeiro (Reinaldo Canato/VEJA)

IPCA-15: número serve para balizar o que será a inflação oficial do mês, que é divulgada no início de janeiro (Reinaldo Canato/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 07h34.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje o Índice de Preços ao Consumidor Amplo colhido entre meados de novembro e meados de dezembro (IPCA-15).

O número serve para balizar o que será a inflação oficial do mês, que é divulgada no início de janeiro.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

No acumulado de 12 meses terminados em novembro, o índice fica em 2,77%. Bem abaixo dos 4,5% do centro da meta de inflação e também abaixo dos 3% que servem como piso da meta.

O boletim Focus, feito pelo Banco Central e divulgado na última segunda-feira, mostrou que o mercado espera uma inflação de de 2,83% para 2017 e de 4,00% para 2018 – ambos em trajetória descendente em relação às pesquisas realizadas nas semanas anteriores, que marcavam 2,88% para 2017 e 4,02% para 2018. O centro da meta para o ano que vem também é de 4,5%.

Para todo o mês de dezembro, nem a pressão exercida pelas vendas de Natal fez com que a inflação voltasse a subir e o IPCA deve ficar em torno de 0,33%.

Com inflação ainda apontando para baixo, a tendência é que a taxa Selic continue caindo. Em fevereiro, data da próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), o corte deve ser de 0,25%.

O mercado espera que a taxa continue nos níveis mais baixos da história ao longo do próximo ano.

Esta combinação cria uma situação inédita para o Brasil. De um lado, obrigará o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a ter que se explicar por escrito sobre porque a instituição foi incapaz de atingir a meta determinada.

Economistas são quase unânimes em afirmar que Goldfajn, confirmada a meta inalcançada, deveria ter sido mais agressivo no corte de custos.

De outro lado, a combinação de inflação controlada, juros baixos e crescimento econômico, como se avizinha para 2018, deve ser um importante argumento eleitoral para o candidato governista e para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se venderá como a alternativa segura em propaganda do PSD a ser divulgada nesta quinta-feira.

Não se sabe se Meirelles de fato será candidato, nem se será o candidato governista. Mas quanto mais a economia estiver em ordem, melhor para ele – e a inflação abaixo da meta por pouco não chega a tirar o sono de ninguém. Pelo menos não num país com o histórico do Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Às Seteeconomia-brasileiraEleições 2018Exame HojeHenrique MeirellesInflaçãoMinistério da Fazenda

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação