Economia

73% estão insatisfeitos com medidas econômicas contra vírus, diz BTG/FSB

Percepção geral é de que os estados têm contribuído mais no combate à disseminação do vírus. Em 2ª lugar, a maioria coloca as prefeituras

Coronavírus Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)

Coronavírus Rio de Janeiro (Buda Mendes/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 1 de abril de 2020 às 13h35.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 02h55.

As medidas econômicas anunciadas até agora pelo governo para mitigar os impactos da pandemia de coronavírus no Brasil deixam 73% dos entrevistados por pesquisa feita pelo Instituto FSB em parceria com o BTG Pactual insatisfeitos.

O levantamento Os brasileiros e o coronavírus: visões sobre a pandemia e seus impactos econômicos ouviu, por telefone, 2.132 eleitores a partir de 16 anos, de todo o Brasil, nos dias 26 e 27 de março de 2020. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Do total de entrevistados, 69% ouviram falar das medidas. Desses, 37% consideram as medidas mais ou menos suficientes, 36% pouco ou nada suficientes e 27%, suficientes ou muito suficientes.

A visão de que as medidas são pouco suficientes é mais frequente em mulheres (27%) de até 40 anos (59%) e cresce, curiosamente, de acordo com o grau de escolaridade. O percentual varia muito de acordo com a região do país.

Quem faz mais pela crise?

A percepção geral dos entrevistados é de que os estados têm contribuído mais no combate à disseminação do vírus. Em segundo lugar, a maioria das pessoas coloca as prefeituras.

Questionados sobre quem está fazendo mais, o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras ou as empresas, 41% dos entrevistados colocaram os governos estaduais em primeiro lugar e 31% colocaram as prefeituras em segundo lugar. O governo federal foi colocado em primeiro lugar por 27%.

A grande maioria dos governos estaduais e municipais se adiantou em relação ao federal na política de isolamento social e fechamento do comércio não essencial. A postura gerou choques com Bolsonaro, que defende isolar apenas a população mais vulnerável (idosos e portadores de doenças crônicas).

Após ficar praticamente isolado nesse discurso, o presidente baixou o tom ontem sobre a gravidade da doença. O último balanço oficial do Ministério da Saúde contabiliza 201 mortos e 5.717 casos confirmados da doença no país.

Mais da metade dos entrevistados (51%) concordam com a necessidade de manter as pessoas em casa para reduzir o número de mortes pelo coronavírus, mesmo que isso cause fortes perdas econômicas.

Já 42% dizem que é preciso manter em casa apenas os grupos de maior risco, como idosos e portadores de outras doenças, permitindo a reabertura gradual do comércio.

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