Economia

4,5 milhões de pessoas já pediram seguro-desemprego desde janeiro

No ano até agora, os pedidos de seguro–desemprego foram mais expressivos em maio, quando alcançaram 960.309 solicitações

 (Jorge Rosenberg/Reuters)

(Jorge Rosenberg/Reuters)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 11h35.

Última atualização em 6 de agosto de 2020 às 12h43.

Em meio à retomada da atividade, prejudicada pela pandemia, os pedidos de seguro-desemprego no mercado formal caíram 12,7% em julho ante o mês anterior, totalizando 653.174, segundo o Ministério da Economia. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda é de 8,8%.

Apesar de mostrar desaceleração, as solicitações já somam mais de 4,5 milhões desde janeiro de 2020, informou a pasta nesta quinta-feira, 6. O número representa aumento de 11,1% na comparação anual.

Em julho, os três estados com maior número de pedidos foram São Paulo (177.305), Minas Gerais (62.274) e Rio de Janeiro (47.075). Os pedidos foram, em sua maioria, por pessoas de 30 a 39 anos. Em termos de escolaridade, 59,6% tinham ensino médio completo.

Serviços e comércio foram os setores que geraram mais solicitações, representando 43,3% e 25,7% do total, respectivamente. Enquanto isso, setores que já mostram maior recuperação, tem menor representação: indústria (16,1%), construção (10,5%) e agropecuária (4,3%).

Por ora, tendência é de queda

No ano até agora, os pedidos de segurodesemprego foram mais expressivos em maio, quando alcançaram 960.309 solicitações, e mostraram recuperação em junho e seguem nessa tendência, só que com velocidade reduzida.

A pior fase da crise até agora, como mostram indicadores da atividade, se concentrou em abril e no começo de maio. Apesar das milhões de demissões, o mercado formal tem mostrado certa resiliência na crise muito em função dos programas emergenciais do governo, que permitiram redução de salários e jornada reduzida.

Segundo medidor do Ministério da Economia, foram preservados mais de 15,6 milhões de empregos até agora.

Ainda é uma incógnita, porém, como o setor vai se comportar quando os programas chegarem ao fim e ainda não está claro o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, para incentivar essa retomada.

A taxa de desemprego divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira, que também engloba trabalhadores informais e pessoas fora da força de trabalho, já mostra uma deterioração maior do mercado de uma maneira geral, com a taxa de 13,3%, uma alta de 1,1 ponto percentual (p.p.) em relação ao período anterior.

Como pedir?

O Ministério informa que como o trabalhador tem até 120 dias para fazer o requerimento do seguro-desemprego.

Os requerimentos podem ser feitos de forma 100% digital e não há espera para concessão de benefício. Mais de três em cada quatro pedidos na primeira quinzena de maio foram virtuais.

 

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