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3 riscos para a recuperação brasileira segundo a PIMCO

Uma das maiores firmas de investimento do mundo diz que país vive uma "virada impressionante", mas há perigos no horizonte

Ativos brasileiros estão vivendo um rali com o otimismo do mercado (Germano Lüders / EXAME)

João Pedro Caleiro

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 14h20.

Última atualização em 1 de novembro de 2016 às 15h21.

São Paulo - O Brasil está passando por uma "virada impressionante", de acordo com uma análise divulgada recentemente pela firma de investimentos PIMCO.

O artigo assinado por Yacov Arnopolin e Lupin Rahman cita como pontos positivos um presidente "comprometido com reformas", o combate à corrupção, "tecnocratas competentes" no poder e a liquidez dos mercados de capitais.

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A perspectiva, segundo a PIMCO, é de juros brasileiros na casa de um dígito e a abertura do debate sobre melhora na nota do país pelas agências de classificação de risco

É isso que está por trás do rali de ativos brasileiros nos últimos meses, visto na valorização do real, na queda do risco país e na melhora na bolsa com destaque em empresas como Petrobrás.

A PIMCO cita 3 riscos a partir de agora. O primeiro é o nível da dívida, que subiu cerca de 25 pontos percentuais – de 55% para cerca de 80% do PIB – só nos últimos dois anos.

Mesmo com reformas como a do teto de gastos já aprovado no Congresso, ela deve se estabilizar nesse patamar (muito acima da média dos emergentes) por vários anos antes de voltar a cair.

"As reformas não podem mudar o caminho fiscal e de dívida de curto prazo, apenas evitar um cenário ainda mais sombrio. E vão demorar mais do que um ciclo político para serem efetivas", diz a PIMCO.

O segundo risco citado é de que o processo de queda da inflação seja mais lento do que o esperado, mesmo com desemprego alto, por causa do alto nível de indexação da economia e problemas de oferta.

Esse cenário parece cada vez mais improvável diante dos últimos dados. No Boletim Focus divulgado nessa segunda-feira, a expectativa de inflação caiu pela sétima semana seguida.

Em 2017, a previsão da taxa está em 5% - já muito próximo do centro da meta mirada pelo Banco Central (4,5%). Um novo sinal virá no próximo dia 9, data de divulgação da taxa de outubro.

Quanto mais a inflação cair, mais rápido o Banco Central pode cortar os juros, um ciclo que já começou e tem impacto positivo no resultado fiscal e na recuperação econômica.

O terceiro risco é que afetada por desemprego e corte de benefícios, a opinião publica reaja contra o ciclo de reformas. No entanto, os resultados do segundo turno mostraram uma guinada à direita e fortalecimento dos partidos da base.

Também existe a possibilidade de que novas revelações da Lava Jato cheguem ao núcleo do governo, que pode ver sua capacidade de articulação política corroída e o ciclo da eleição de 2018 antecipado.

A PIMCO avalia que caso as reformas sejam bem-sucedidas, podem abrir caminho para mais mudanças no futuro, retorno sustentado da confiança, entrada de capital estrangeiro e impulso para empreendedorismo e consumo.

Resumo da ópera: o balanço geral ainda indica que os ativos brasileiros ainda são uma boa aposta.

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