Porto de Santos, por onde fluem boa parte das exportações paulistas (Germano Lüders/Exame)
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 13h34.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 13h40.
São Paulo - O número de empresas que exportaram pela primeira vez dobrou no Brasil em 2016.
Foram 4.843 novas exportadoras no ano que passou, alta de 149,25% em relação às 1.943 estreantes em 2015.
Os dados foram compilados pela Investe São Paulo, a agência de promoção de investimentos e competitividade do estado, com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Só no estado de São Paulo foram 2.010 novas exportadoras no ano passado. É 41,5% do total brasileiro e representa uma alta de 126% em relação ao ano anterior. 74% das empresas que exportam são paulistas.
Quase todas essas empresas estreantes no mercado externo começaram com remessas mais modestas: 93,6% das brasileiras e 95,4% das paulistas exportaram menos de US$ 1 milhão.
“O quadro reflete um dos ensinamentos que procuramos passar às empresas, que é o fato de que é sempre interessante começar a exportar aos poucos. Nossa expectativa, inclusive, é que o ano de 2017 feche com um número mais expressivo de empresas que fizeram remessas maiores, tendo debutado em 2017”, diz o diretor da Investe SP, Sérgio Costa, por meio de nota.
Com o aprofundamento da crise na economia brasileira, é natural que as empresas tenham olhado mais para fora para compensar as perdas internas.
O comércio varejista brasileiro, por exemplo, teve o pior ano da sua história em 2016 com recordes de fechamento de lojas, de demissões e de queda nas vendas.
O olhar mais internacional também foi favorecido pelo novo patamar do câmbio, com a desvalorização do real nos últimos anos.
A Investe SP também cita ações que promoveram a exportação pelo programa SP Export, em convênio com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Entre elas estão o Poupatempo do Exportador, com atendimento in loca a empresas, e duas missões comerciais ao exterior (Peru, Colômbia e Argentina), com a participação de mais de 200 empresários.
O volume total de exportações brasileiras caiu ligeiramente em 2016, mas como as importações caíram muito mais, a balança comercial registrou o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989.
Já o número total de exportadoras em 2016 acabou sendo o maior da série histórica, tanto no estado quanto no país.
Veja na tabela:
Ano | Número de empresas exportadoras | Número de empresas que exportaram pela primeira vez | ||
---|---|---|---|---|
Brasil | São Paulo | Brasil | São Paulo | |
2001 | 20.238 | 8.604 | 3.656 | 1.428 |
2002 | 20.815 | 8.963 | 1.795 | 769 |
2003 | 21.909 | 9.334 | 1.420 | 559 |
2004 | 24.366 | 10.066 | 2.132 | 768 |
2005 | 23.726 | 9.880 | 1.706 | 631 |
2006 | 23.113 | 9.791 | 1.424 | 566 |
2007 | 23.537 | 10.096 | 1.667 | 680 |
2008 | 23.032 | 9.904 | 1.416 | 601 |
2009 | 22.434 | 9.831 | 1.447 | 627 |
2010 | 21.921 | 9.760 | 1.358 | 583 |
2011 | 21.951 | 9.679 | 1.350 | 567 |
2012 | 21.482 | 9.483 | 1.212 | 527 |
2013 | 21.814 | 9.610 | 1.258 | 563 |
2014 | 22.320 | 9.793 | 1.484 | 660 |
2015 | 23.548 | 10.289 | 1.943 | 889 |
2016 | 25.541 | 11.048 | 4.843 | 2.010 |