IPCA: os preços dos alimentos continuam pressionados pelos efeitos da seca nos Estados Unidos (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 10h53.
São Paulo - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) --considerado uma prévia da inflação oficial-- acelerou a alta em outubro para 0,65 por cento, depois de avançar 0,48 por cento em setembro, acima das expectativas do mercado, influenciado principalmente por alimentos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira, o principal destaque deste mês ficou para os preços de alimentos, que subiram 1,56 por cento, com um impacto de 0,37 ponto percentual, respondendo por 57 por cento do IPCA-15 do mês.
Nesse grupo, os destaques foram carnes (2,92 por cento) e arroz (11,91 por cento), ambos registrando os maiores impactos individuais no IPCA-15, com 0,07 ponto percentual cada.
Os preços dos alimentos continuam pressionados pelos efeitos da seca nos Estados Unidos, que já vinham afetando a inflação há meses.
Também colaborou para o resultado a aceleração dos preços de habitação, que subiram 0,72 por cento em outubro ante 0,43 por cento em setembro. Já os preços de saúde e cuidados pessoais avançaram 0,42 por cento, ante 0,37 por cento no mês anterior.
Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o indicador subiria 0,59 por cento em outubro, de acordo com a mediana das previsões de 36 analistas. As estimativas variaram entre 0,53 e 0,65 por cento.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,56 por cento, acima dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,31 por cento.
Com isso, a inflação se afasta ainda mais do centro da meta do governo, de 4,5 por cento do IPCA, dando sustentação à perspectiva apresentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na ata de sua última reunião de que o ciclo de reduções da Selic chegou ao fim diante do atual cenário.
Após dez reduções seguidas, para a mínima histórica de 7,25 por cento, o Copom mostrou que o corte de 0,25 ponto percentual na semana passada foi o "último ajuste" das condições monetárias.
Em setembro, o IPCA havia subido 0,57 por cento, acumulando em 12 meses alta de 5,28 por cento.
Ainda na ata, o Copom informou que o cenário para a inflação manteve "sinais favoráveis em prazos mais longos", apesar do impacto negativo dos recentes choques no curto prazo.