13 números chocantes sobre desperdício de comida no mundo
Um terço de toda a comida produzida pelo sistema agrícola global vai pro lixo, de acordo com estudo do World Resources Institute (WRI) em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma) divulgado nesta quarta, Dia Mundial do Meio Ambiente
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h19.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h35.
São Paulo - No Dia do Meio Ambiente, um novo estudo da Onu alerta para o desafio de reduzir o desperdício e a fome mundial, além de satisfazer as necessidades de uma população em rápida expansão. Todos os anos, um terço de toda a comida produzida pelo sistema agrícola global está sendo perdida, indica a pesquisa realizada pelo World Resources Institute (WRI) em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma).
Ou um terço da produção total de alimentos no mundo vai parar no lixo. Em termos de calorias, uma a cada quatro calorias produzidas são perdidas.
Enquanto isso, 870 milhões de pessoas passam fome e, a cada dia, mais de 20 mil crianças menores de 5 anos morrem de fome. Segundo a ONU, 26% das crianças em todo o mundo são consideradas raquíticas por desnutrição.
Os custos com a desnutrição no mundo são estimados em 2% a 3% do PIB global, o equivalente à quantia de US$ 1,4 a US$ 2,1 trilhões por ano, segundo a FAO.
Dos 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados, 44% é composto de frutas e vegetais, os produtos que mais vão pro lixo. Em seguida, aparecem raízes e tubérculos, compondo 20% das perdas; cereais com 19% e leite, com 8%.
O desperdício de comida significa também desperdício de recursos naturais, contribuindo assim para impactos ambientais negativos. Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% de toda a terra habitável do mundo. A quantidade de terras cultiváveis usada para produzir comida desperdiçada é equivalente ao tamanho do México.
A agricultura consome 70% de toda água usada no mundo. Somando todo o volume usado para produzir os alimentos que são desperdiçados a cada ano dá para encher 70 milhões de piscinas olímpicas.
Mais da metade do desperdício de alimentos na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália ocorre na fase do consumo. Juntos, os países ricos são responsáveis por 56% de todo o desperdício.
Enquanto nos países em desenvolvimento, cerca de dois terços da comida é perdida após a colheita e armazenamento inadequado. Melhorar a eficiência nessa etapa é fundamental pata reduzir as perdas.
Só nos Estados Unidos, 30% de toda a comida produzida no país é desperdiçada todos os anos, uma perda equivalente a 48.3 bilhões de dólares. Os segundos maiores componentes de lixões do país são resíduos orgânicos, que resultam na maior parte das emissões de metano.
O desperdício de alimentos na fase de consumo custa uma média de US$ 1.600 dólares por ano para uma família de quatro pessoas nos Estados Unidos e US$ 1 mil por ano para uma família média no Reino Unido.
Na África Subsaariana, onde muitos agricultores ganham menos que US$ 2 por dia de trabalho, as perdas econômicas associadas à pós-colheita ineficiente têm um valor estimado de US$ 4 bilhões.
Segundo a ONU, o mundo vai precisar de cerca de 60 por cento mais calorias dos alimentos em 2050 em comparação a 2006, se a demanda global mantiver sua trajetória atual de crescimento.
O desperdício de alimento no Brasil é estimado em 26,3 milhões de toneladas. Cerca de 10% desse total se perdem ainda no campo, outros 50% se dá no tranporte e manuseio, e 10% da perda acontece na fase de consumo.
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